São Paulo, quinta-feira, 03 de junho de 2010

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Massacres, fraudes e crises marcam país

DOS ENVIADOS A HARARE

Em 1980, quando levou o Zimbábue à independência, Robert Mugabe ocupava o lugar que hoje é de Nelson Mandela entre os heróis africanos. Ao longo de 30 anos, sua reputação desmoronou em uma sucessão de massacres, eleições fraudadas e desgoverno econômico.
Há pouco mais de um ano, com o país sujeito ao caos de uma hiperinflação, Mugabe foi forçado pela pressão internacional a formar um governo de coalizão com seu arquirrival, Morgan Tsvangirai, hoje o primeiro-ministro.
Mas a tortura de simpatizantes de oposição continua na zona rural, segundo relatou à Folha o membro de uma organização internacional que lida com o problema no país.
Mugabe às vezes é chamado de "o carniceiro de Matabeleland", referência ao massacre de 20 mil integrantes dessa região, no sul do país, em 1983.
A área é povoada pela etnia ndebele, rival dos shona, grupo de Mugabe. Nessa operação, as tropas do presidente tiveram treinamento norte-coreano.
No final dos anos 90, desgastado politicamente, Mugabe recorreu a um discurso racial, acusando a minoria branca pelos problemas do Zimbábue.
Começou a expropriar fazendas produtivas de brancos e a dá-las a aliados políticos sem experiência no setor. A economia, de base agrária, ruiu.
Em 2008, forçado a realizar uma eleição, Mugabe se manteve no poder vencendo uma votação considerada amplamente fraudulenta. (FZ, PC E MF)

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