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SAIBA MAIS
Massacres, fraudes e crises marcam país
DOS ENVIADOS A HARARE
Em 1980, quando levou
o Zimbábue à independência, Robert Mugabe
ocupava o lugar que hoje é
de Nelson Mandela entre
os heróis africanos. Ao
longo de 30 anos, sua reputação desmoronou em
uma sucessão de massacres, eleições fraudadas e
desgoverno econômico.
Há pouco mais de um
ano, com o país sujeito ao
caos de uma hiperinflação, Mugabe foi forçado
pela pressão internacional
a formar um governo de
coalizão com seu arquirrival, Morgan Tsvangirai,
hoje o primeiro-ministro.
Mas a tortura de simpatizantes de oposição continua na zona rural, segundo relatou à Folha o membro de uma organização
internacional que lida com
o problema no país.
Mugabe às vezes é chamado de "o carniceiro de
Matabeleland", referência
ao massacre de 20 mil integrantes dessa região, no
sul do país, em 1983.
A área é povoada pela
etnia ndebele, rival dos
shona, grupo de Mugabe.
Nessa operação, as tropas
do presidente tiveram treinamento norte-coreano.
No final dos anos 90,
desgastado politicamente,
Mugabe recorreu a um discurso racial, acusando a
minoria branca pelos problemas do Zimbábue.
Começou a expropriar
fazendas produtivas de
brancos e a dá-las a aliados políticos sem experiência no setor. A economia, de base agrária, ruiu.
Em 2008, forçado a realizar uma eleição, Mugabe
se manteve no poder vencendo uma votação considerada amplamente fraudulenta.
(FZ, PC E MF)
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