São Paulo, sexta-feira, 03 de junho de 2011

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Congresso não aprova cartola eterno

POLÍTICA
Parlamentares são a favor de limitar mandato no esporte


FILIPE COUTINHO
NÁDIA GUERLENDA CABRAL
DE BRASÍLIA

A maioria dos parlamentares da bancada do esporte do Congresso é a favor de limitar para até oito anos mandatos de dirigentes como Ricardo Teixeira, presidente da CBF. Chefe também do comitê organizador da Copa-2014, ele preside a CBF há 22 anos.
A enquete foi feita pela Folha com os integrantes das comissões de Educação e Esporte, do Senado, e Turismo e Desporto, da Câmara. São esses deputados e senadores que analisam o mérito dos projetos de lei relacionados ao esporte brasileiro.
Dos 45 congressistas, 35 foram ouvidos. Os outros dez não responderam a pedidos de entrevista. Dos entrevistados, 25 (governo e oposição) acham que Teixeira acumula poderes e são a favor de limitar os mandatos.
Carlos Arthur Nuzman, por exemplo, está na presidência do Comitê Olímpico Brasileiro desde 1995. Ele dirige também a organização da Olimpíada do Rio-2016.
Das sete perguntas da enquete, a sobre limitação do mandato foi a que teve o maior número de respostas. Só oito disseram ser contra.
"É saudável ter uma renovação em todos os segmentos. Podemos discutir isso e tentar colocar, por exemplo, o limite de duas eleições", fala o deputado Jonas Donizette (PSB-SP), presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara.
"Senador tem mandato de oito anos. Tem dirigente que acha que é dono do time, que a CBF é da família", diz o senador Magno Malta (PR-ES).
Os que são contra dizem que esta é questão interna das entidades. "Sou a favor da rotatividade dos comandos, mas acho que isso tem que ser feito pelo próprio órgão, e não pelo Congresso", diz o líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN).
Procurada, a assessoria da CBF não respondeu.
A enquete ouviu também de 17 parlamentares (37%) que é errado Teixeira presidir o comitê organizador da Copa e colocar a filha Joana Havelange como diretora. Sete (15%) acham correto.
Outra questão abordou a organização da Copa, e a resposta revela como o Congresso ainda não dá a devida atenção ao tema. Cerca de um quarto (12) dos parlamentares não sabe dizer se o comitê local da Copa é transparente nas decisões.
Outros 13 (28%) acreditam que falta transparência, e a resposta menos frequente foi a dos que aprovam a organização, com dez votos (20%).
Já 48% acham que não cabe ao governo interferir na negociação de clubes com emissoras para fazer valer o acordo do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) com o C13, que previa licitação pública.
Mas 46% concordam com o projeto do governo de garantir direitos de transmissão às emissoras sem contrato de exclusividade da Copa.


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