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Organizador da Copa do Mundo, ex-astro francês diz que país não pode ficar "refém' de grevistas
Platini pede o fim
da greve de pilotos
dos enviados a Ozoir-la-Ferrière
A ameaça à Copa da França representada pela greve dos pilotos
da Air France, que vai transportar
as equipes participantes, mobilizou ontem até mesmo o ex-jogador Michel Platini, maior ídolo da
história do futebol francês.
Platini disse ontem que a França
não pode ser "pega como refém", referindo-se à paralisação
que começou na segunda-feira e
pode durar até 15 dias. A Copa começa no próximo dia 10.
Como co-presidente do CFO
(comitê organizador da Copa),
Platini é um dos responsáveis pelo
bom andamento da competição.
Ontem, ele afirmou que "é a
imagem da França que está em jogo, e não exatamente a de uma
companhia aérea". "Eu acho
que, na época de uma Copa do
Mundo, é questão de todos serem
solidários", completou.
Ontem, sete diretores da empresa iniciaram uma reunião com 26
sindicalistas no aeroporto de
Roissy. O encontro começou às
16h e, após duas interrupções, não
havia acabado até as 21h.
Os pilotos protestam contra a
decisão da Air France de cortar
15% dos salários em troca de ações
da companhia e a implantação de
uma dupla política salarial, em
1997, que significou a redução dos
salários dos pilotos iniciantes.
Na terça-feira, foram adiados
83% dos vôos de longa distância,
além de 72% dos de menor distância dos aeroportos de Roissy e
Charles de Gaulle e 64% dos vôos
do aeroporto de Orly. Todos estão
localizados na região parisiense.
A empresa prevê que hoje deverão ser realizados novamente apenas 17% dos vôos de longa distância (entre França e Brasil, por
exemplo). Hoje, deve haver um
vôo de Paris a São Paulo às 23h10.
Estima-se que cada dia de greve
custe US$ 17 milhões à empresa.
A chance de acordo não parecia
provável ontem. O presidente da
Air France, Jean-Cyril Spinetta,
afirmou que a empresa não vai
abrir mão de economizar US$ 84
milhões anuais em salários.
Já os sindicatos dos pilotos, em
especial o SNPL, maior de todos,
afirmam que não aceitam os cortes propostos pela empresa.
A Air France mostrou maior flexibilidade em relação à nova política salarial, que pode ser revogada. Desse modo, os pilotos voltariam a ter uma única escala de salários, mas sob novas condições.
Para complicar mais a situação,
funcionários do aeroporto Charles
de Gaulle, o principal do país, iniciaram ontem uma greve-surpresa
que atrapalhou também os passageiros de outras companhias.
Ainda ontem, uma nova categoria de trabalhadores de transportes iniciou uma greve. Os condutores de ônibus e de trens de Lyon
realizaram uma paralisação de um
dia. Só 10% das linhas de ônibus e
uma linha de metrô funcionaram
ontem na cidade. A princípio, não
há previsão de nova parada.
Os sindicalistas querem uma
gratificação de férias e aposentadoria aos 55 anos. Lyon vai abrigar
seis jogos da Copa
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