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PENTA
Apesar do atraso, recepção da equipe foi a 2ª maior mobilização da história de Brasília
Chegada da seleção leva 25% da população do DF às ruas
DENISE MADUEÑO
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Brasília praticamente parou ontem para ver a seleção passar. Cerca de 500 mil pessoas, segundo a
Polícia Militar, foram às ruas
acompanhar a passagem dos atletas no trio elétrico com Ivete Sangalo. Isso equivale a quase 25% da
população do Distrito Federal.
Os atletas voltaram a sofrer com
a desorganização fora gramados.
Houve atraso de cerca de quatro
horas na programação. A estimativa inicial era que os jogadores
chegariam às 9h20 no aeroporto e
às 12h30 no Palácio do Planalto.
Com o atraso, a seleção deixou a
Praça dos Três Poderes com destino ao Rio somente às 15h45. A
equipe ainda iria a São Paulo.
A Aeronáutica, responsável pelo desembarque dos atletas na Base Aérea de Brasília, não sabia o
que fazer com cerca de 2.000 fãs
que se espremiam na entrada lateral para ver os ídolos. A solução
foi utilizar a saída principal, onde
não havia sido montado nem sequer um cordão de isolamento.
A confusão causou prejuízo no
estômago dos jogadores. Mal saíram do avião, tiveram de entrar
em um ônibus, sem aproveitar o
coquetel preparado a chegada.
Também era previsto que Cafu
colaria a quinta estrela na fuselagem do avião, o que aconteceu
apenas na partida de Brasília.
Cafu e Felipão na janela
O avião chegou às 9h55, com
Cafu e Luiz Felipe Scolari nas janelas da cabine do piloto balançando bandeiras do Brasil. Foi necessária uma hora e 20 minutos
até que o grupo subisse no trio
elétrico na entrada da base aérea.
O percurso durou cerca de cinco
horas, com um público atingindo
um máximo de 300 mil pessoas
na Esplanada dos Ministérios.
Foi o segundo maior evento da
cidade. Para se ter uma idéia, na
volta da Copa de 1994, cerca de
150 mil torcedores receberam a
seleção - cerca de 50 mil na Praça dos Três Poderes. O papa João
Paulo 2º reuniu, em 1980, cerca de
600 mil pessoas segundo a PM.
A população se emocionou com
a passagem dos jogadores. Crianças choraram, famílias aplaudiam
e motociclistas acompanhavam
os carros da comitiva. Muitos torcedores levaram faixas e cartazes.
Os funcionários do Banco Central fizeram uma chuva de papel
picado e, do topo da sede da Caixa
Econômica Federal, balões foram
soltos. A esquadrilha da fumaça,
da FAB, escreveu a frase "É Penta!", desenhou corações e fez
acrobacias durante o desfile.
Na Esplanada, dois guindastes
seguravam uma bandeira do Brasil. Os dois prédios mais altos do
Congresso foram decorados com
uma faixa amarela e outra verde
com cinco estrelas.
Atraso
A maior parte dos torcedores
que foi à praça dos Três Poderes
esperou cerca de seis horas para
ver a seleção. Às 9h, a praça já estava cheia, principalmente próximo ao Palácio do Planalto, onde
os jogadores foram recebidos pelo presidente apenas às 15h.
Um princípio de tumulto, que
aconteceu por volta das 10h, fez a
PM colocar um cordão com cerca
de 60 policiais para evitar a aglomeração próxima ao alambrado
que cercava a praça.
Com o atraso na cerimônia,
muita gente desistiu de esperar.
Francisco de Almeida, 55, foi embora com a família às 13h20, depois de mais de três horas. "Achava que seria mais rápido. Faltou
organização, água e banheiro".
O posto médico montado pelo
Corpo de Bombeiros atendeu 80
pessoas até as 14h, quando deixou
de contar os atendimentos. A
maioria dos casos era de desidratação, insolação e hipoglicemia.
Não houve nenhum caso grave.
Colaboraram Sílvia Freire e Maria Cecília Barcelos, da Sucursal de Brasília
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