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São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2003

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FUTEBOL

Time é o 1º do país a perder todos os jogos de uma final da competição

Santos faz a pior decisão brasileira na Libertadores

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Jogadores do Boca Juniors, observados pelo técnico Leão, festejam gol na decisão no Morumbi


MARÍLIA RUIZ
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

Sensação do país desde o final do ano passado e invicto até o mata-mata decisivo, o Santos fez ontem a pior final de um clube brasileiro na história da Libertadores.
Ao cair diante do Boca, no Morumbi, terminou a decisão com duas derrotas e nenhuma vitória, algo que jamais tinha acontecido com os outros oito times do Brasil que chegaram a uma decisão do torneio continental. O 3 a 1 também foi o placar mais amargo.
Ontem, como já tinha acontecido no jogo de ida em Buenos Aires, ganho pelo Boca por 2 a 0, a tática dos argentinos deu certo.
A equipe de Carlos Bianchi se fechou na defesa, explorou os contra-ataques e deixou apenas os atacantes Tévez e Delgado mais adiantados. Apesar de ter dominado a partida -teve a posse da bola durante 61% do jogo, segundo o Datafolha-, o Santos não foi eficiente, e a estratégia de contra-ataques argentinos vingou.
Demonstrando muito espírito de luta e recuperando rapidamente a bola, o Santos começou melhor a partida. A equipe do litoral paulista tinha criado pelo menos três boas chances de gol -a principal aos 7min, lance que Villareal salvou praticamente em cima da linha- quando o Boca abriu o marcador. O time argentino armou rápido contra-ataque, Tévez fez ótima tabela com Battaglia e chutou rasteiro, diante de Fábio Costa, para fazer 1 a 0.
Depois do gol, a equipe de Leão não manteve o mesmo ímpeto dos minutos iniciais, e aos 30min o treinador resolveu fazer sua primeira substituição. Tirou Wellington da lateral para colocar um terceiro atacante: Nenê.
Apesar da alteração, o time não melhorou em campo e começou a demonstrar nervosismo.
O meia Diego, por exemplo, passou boa parte do primeiro tempo tentando provocar Cascini, seu marcador, que recebera cartão amarelo logo aos 6min.
Pragmático, o Boca mantinha sempre quatro jogadores na defesa, mesmo quando a bola estava em seu ataque e não havia mais de um jogador santista adiantado.
Para o segundo tempo, o Boca voltou ainda mais recuado, e o Santos foi com tudo para o ataque. Sem obter êxito.
Um dos lances que mais levantaram a torcida foi aos 3min. Nenê avançou pela esquerda, tentou passar por Schiavi, mas não conseguiu. Ao cair, pediu pênalti que o juiz acertadamente não deu. Outro aconteceu com Ricardo Oliveira, que penetrou livre e chutou em cima do goleiro. Mas a arbitragem anotara impedimento.
Logo depois, o atacante foi substituído por Douglas.
Aos 30min, quando alguns torcedores começavam a sair do estádio, o Santos empatou. Alex chutou de longe, o goleiro Abbondanzieri pulou atrasado, e a bola entrou em seu canto direito.
Mas nos contra-ataques prevaleceu a força dos argentinos. Aos 39min, o Santos perdeu a bola, Delgado aproveitou saída de Fábio Costa e chutou no gol vazio.
Nove minutos depois, o goleiro fez pênalti em Jerez. O juiz, quando ia mostrar o amarelo a Fábio Costa, teve o cartão arrancado por Paulo Almeida, que o exibiu ao próprio árbitro. Depois de rir do lance, o juiz autorizou a cobrança, e Schiavi definiu o placar.


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