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Nem artilheiro nem artilharia salvam
DA REPORTAGEM LOCAL
O atacante Ricardo Oliveira
saiu de campo ontem como artilheiro da Libertadores, mas não se
livrou da maldição que atingiu os
goleadores brasileiros do torneio
nos últimos anos. Desde 1995, o
jogador que fazia mais gols não
colocava a faixa de campeão.
O último a alcançar a façanha
foi Jardel, vitorioso com o Grêmio
e artilheiro (12 gols), há oito anos.
O santista, vice-campeão, fez
nove gols, empatado com Delgado, do Boca Juniors, e manteve a
sequência de goleadores brasileiros na Libertadores. Desde 1998, o
artilheiro é brasileiro, mas, em alguns casos, dividindo a glória
com atletas de outros países.
Oliveira é o terceiro jogador do
clube da Vila Belmiro que termina a competição como goleador
máximo. Em 1962, quando a equipe faturou o primeiro título, Pepe
estava entre os três artilheiros.
Ele dividiu o feito com Spencer,
do Peñarol (Uruguai), e Raimondi (Equador). Cada um fez seis
gols. Em 1965, Pelé marcou oito.
O desempenho de Oliveira poderia ter sido melhor, não fosse
uma contusão no joelho direito.
Ele se machucou contra o Cruzeiro, pelo Brasileiro, e ficou 39 dias
afastado. Sua volta só ocorreu no
segundo jogo das semifinais, contra o Independiente, em Medellín
-ficou fora de três partidas.
Os santistas venceram por 3 a 2,
mas o goleador não marcou nenhuma vez. Ele passou em branco
também no primeiro confronto
das finais, em Buenos Aires.
De nada adiantou ao Santos,
também, ter o melhor ataque do
torneio, com 30 gols. O Boca balançou a rede 29 vezes.
Os santistas superaram o desempenho da equipe comandada
por Pelé em 1962. No ano do primeiro título, o clube fez 29 gols.
Na atual edição, quando mais
precisou de seu badalado setor
ofensivo, o técnico Emerson Leão
ficou na mão. O time não fez gol
em Buenos Aires e perdeu por 2 a
0, necessitando de uma vitória
por três gols ontem.
O ataque santista, sensação na
conquista do Brasileiro-2003, foi
incrementado justamente com a
chegada de Oliveira, que fez mais
gols na Libertadores que os badalados Robinho e Diego.
O maior goleador da história da
Libertadores foi Onega, do River,
em 1966, com 17 gols.
(RP)
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