DA REPORTAGEM LOCAL

Marat Safin já foi número um do mundo, conquistou dois Grand Slams, mas, nos últimos anos, parecia um mero figurante no circuito profissional.
Em Wimbledon, porém, ele voltou a brilhar. Quase três anos e meio após seu último título, no Aberto da Austrália, Safin voltou a ganhar cinco partidas seguidas e a alcançar uma semifinal de Grand Slam ao derrotar o espanhol Feliciano Lopez por 3/6, 7/5, 7/6 e 6/2.
"Estou surpreso por ainda estar aqui", afirmou o russo, que enfrentará Roger Federer por uma vaga na decisão.
Safin, cuja melhor campanha havia sido as quartas em 2001, disse não acreditar ser capaz de derrotar o suíço, que busca o recorde de seis títulos seguidos.
"Ganhar de Federer? Para isso teria que ser [Rafael] Nadal, correr como um coelho e conseguir winners [bolas vencedoras] de todas as partes da quadra", afirmou o 75º do mundo.
"Estou na semifinal, mas isso não significa que tenho chance. O cara já ganhou quantas vezes aqui?", perguntou ele, sobre o adversário com quem já jogou dez vezes -venceu só duas.
O tenista, que perdeu o posto de número um para Gustavo Kuerten no último jogo da temporada de 2000, diz agora ter objetivos mais modestos.
"Quero voltar ao top 20", disse Safin, 28, que enfrentou várias lesões nos últimos anos e explicou sua queda no ranking.
"Perdi vários jogos em que estive muito próximo de vencer. Você perde a confiança."
O sorteio de Wimbledon não parecia muito favorável a uma recuperação. Se passasse da estréia, teria pela frente provavelmente o número três do mundo, o sérvio Novak Djokovic.
Nem ele acreditava em uma vitória sobre o atual campeão do Aberto da Austrália, tanto que já havia reservado sua passagem para o dia seguinte.
Federer, que vai tentar encerrar a recuperação de Safin, não teve problemas ontem para bater Mario Ancic, último a vencê-lo na grama, em 2002. "Estava com controle total."
Nadal, citado por Safin como capaz de derrotar Federer, também avançou às semifinais ao bater Andy Murray. Seu rival será o vencedor de Arnaud Clement x Rainer Schuettler, paralisado por falta de luz.


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