São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2008

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FUTEBOL

Muito prazer, Fluminense

Sem desconhecer a história e as três cores que traduzem tradição, só agora América e mundo cumprimentam o Flu

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

MEU maior amigo tricolor (os outros são times de três cores, né?), sempre sereno como normalmente é a torcida do "Rei do Rio", mantinha até ontem um certo ar blasé mesmo consciente de que a Libertadores foi a coisa mais sobrenatural que o Fluminense experimentou em sua história.
"Eu não sou desses que pensam que a Copa Rio foi um Mundial. Eu nunca entrei nessa", diz meu antigo colega, elegante nesta hora boa e nos diversos momentos em que o Flu esteve mal nas últimas duas décadas.
O ranking da Conmebol, apesar de discutível e agora desatualizado, colocava o Fluminense até este ano na 15ª posição dentre os times brasileiros (empatado em pontos com o Guarani, mas atrás do alviverde campineiro por sua baixa pontuação na Libertadores). Veja lá e confira os ainda 24 pontos em Libertadores, 20 em Copa Sul-Americana e 6 em Copa Conmebol, total de 50 pontinhos por jogos disputados, nada de título, nem sequer de chegar perto de uma taça internacional oficial.
O São Caetano (11º no ranking da Conmebol para brasileiros) e o Atlético-PR (13º) contaram muito com o sobrenatural dos mata-matas para chegar à final da Libertadores e serem vice -nem de longe fizeram a campanha mágica do Flu de agora.
Maior goleada em um argentino, melhor campanha na fase de grupos mesmo na chave da morte (nunca, desde que o atual sistema de mata-mata foi adotado, o melhor da fase de grupos havia ganho o sonhado caneco), algoz do São Paulo de Adriano e do Boca Juniors de Riquelme, os favoritos (para mim, repito aqui, era só o gigante argentino), com requintes de heroísmo, primeiro a fazer do Maracanã de fato uma casa copeira na disputa... Só faltava mesmo para o Flu ser o segundo campeão da América, na era dos mata-matas, a triunfar após perder o jogo de ida da final por dois gols de diferença. Faltou!!!
Após mais uma partida eletrizante (como a Série B é ruim, né Globo?), épica, esta coluna de futebol internacional diz (contra e-mails de protesto e o vice) o que o Boca Juniors e tantos Brasil afora dizem neste ano: ""Muito prazer, Fluminense."

MUITO PRAZER, ESPANHA
Em 44 anos, sem falar nos títulos interclubes, no avanço da Liga espanhola e nos vices em Mundiais sub-20 e sub-17, teve medalha de ouro (1992), medalha de prata (2000), Mundial sub-20 (1999) e Mundial de futsal (2000 e 2004).
Parece a França até 1998: diziam que não ganhava nada no futebol.

MUITO PRAZER, LDU
Ela não conseguiu ser a melhor de sua chave, não fez a ""lição de casa" na altitude (que incomoda tantos, não a mim) duas vezes no mata-mata, negociou atletas em meio ao torneio, não mostrou seu melhor time dos últimos anos, tem futebol peladeiro e ainda assim viu o céu.


rbueno@folhasp.com.br

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