São Paulo, sábado, 03 de julho de 2010

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Após atuação convincente no 1º tempo , Brasil justifica no 2º tempo o desprezo do maior ídolo da Holanda, Cruyff °, pela seleção de Dunga

DOS ENVIADOS A PORT ELIZABETH

No primeiro tempo, o Brasil fez uma exibição que Johan Cruyff pagaria ingresso para ver. Entretanto, no restante da partida, a equipe de Dunga justificou o desprezo do mito holandês pela atual seleção nacional.
Foram, em Port Elizabeth, 45 minutos de bom futebol e outros 45 minutos tenebrosos na doída eliminação nas quartas de final da Copa do Mundo da África do Sul.
O gol de Robinho, logo aos 10min, depois de milimétrico lançamento de Felipe Melo, foi apenas o primeiro dos belos lances brasileiros na primeira metade da partida.
Foram seguidas chances perdidas, como um chute cheio de efeito de Kaká. Porém a falta de pontaria -o Brasil, segundo o Datafolha, só acertou 27% de suas finalizações, seu recorde negativo na Copa- impediu que o time fosse para o intervalo com uma vantagem maior.
Quem também teve influência nisso foi o árbitro japonês Yuichi Nishimura, que não assinalou um pênalti de De Jong sobre Kaká.
Nishimura ainda irritou os jogadores brasileiros, que reclamaram do ritmo que ele imprimiu à partida. "Ele deixou o jogo truncado", declarou o zagueiro Juan.
Os jogadores da seleção garantem que nada de anormal aconteceu no intervalo. Mas, pelo que se viu no segundo tempo, a impressão é a de tomaram sonífero.
A começar pelos pontos fortes da equipe. A defesa, que sofrera só dois gols nos quatro primeiros jogos -enfrentou Coreia do Sul (2 a 1), Costa do Marfim (3 a 1), Portugal (0 a 0) e Chile (3 a 0)-, tomou dois gols pelo alto.
O primeiro foi contra, de Felipe Melo, após saída atabalhoada de Júlio César, aos 8min. O segundo, aos 23min, depois de escanteio em que Kuyt resvalou de cabeça e Sneijder, livre de marcação, completou para as redes.
O Brasil se descontrolou. Começou a bater muito. Terminou o jogo com 20 faltas cometidas, outro recorde negativo do time de Dunga no Mundial sul-africano.
"Demos uma desestabilizada. Jogamos o segundo tempo sem fazer as coisas que a gente sabe", disse Júlio César. Dunga fez raciocínio parecido com o do goleiro.
"Não mantivemos a concentração e a mesma forma de jogar do primeiro tempo. São 90 minutos, e a partida é decidida em detalhes", disse.
As estatísticas mostraram uma Holanda mais equilibrada, com mais desarmes (110 a 103), mais pontaria (33%) e menos desperdício de bolas dominadas (31 a 52). (EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)

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