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Após atuação convincente no 1º tempo , Brasil justifica no 2º tempo o desprezo do maior ídolo da Holanda, Cruyff °, pela seleção de Dunga
DOS ENVIADOS A PORT ELIZABETH
No primeiro tempo, o Brasil fez uma exibição que Johan Cruyff pagaria ingresso
para ver. Entretanto, no restante da partida, a equipe de
Dunga justificou o desprezo
do mito holandês pela atual
seleção nacional.
Foram, em Port Elizabeth,
45 minutos de bom futebol e
outros 45 minutos tenebrosos na doída eliminação nas
quartas de final da Copa do
Mundo da África do Sul.
O gol de Robinho, logo aos
10min, depois de milimétrico
lançamento de Felipe Melo,
foi apenas o primeiro dos belos lances brasileiros na primeira metade da partida.
Foram seguidas chances
perdidas, como um chute
cheio de efeito de Kaká. Porém a falta de pontaria -o
Brasil, segundo o Datafolha,
só acertou 27% de suas finalizações, seu recorde negativo
na Copa- impediu que o time fosse para o intervalo
com uma vantagem maior.
Quem também teve influência nisso foi o árbitro japonês Yuichi Nishimura, que
não assinalou um pênalti de
De Jong sobre Kaká.
Nishimura ainda irritou os
jogadores brasileiros, que reclamaram do ritmo que ele
imprimiu à partida. "Ele deixou o jogo truncado", declarou o zagueiro Juan.
Os jogadores da seleção
garantem que nada de anormal aconteceu no intervalo.
Mas, pelo que se viu no segundo tempo, a impressão é
a de tomaram sonífero.
A começar pelos pontos
fortes da equipe. A defesa,
que sofrera só dois gols nos
quatro primeiros jogos -enfrentou Coreia do Sul (2 a 1),
Costa do Marfim (3 a 1), Portugal (0 a 0) e Chile (3 a 0)-,
tomou dois gols pelo alto.
O primeiro foi contra, de
Felipe Melo, após saída atabalhoada de Júlio César, aos
8min. O segundo, aos 23min,
depois de escanteio em que
Kuyt resvalou de cabeça e
Sneijder, livre de marcação,
completou para as redes.
O Brasil se descontrolou.
Começou a bater muito. Terminou o jogo com 20 faltas
cometidas, outro recorde negativo do time de Dunga no
Mundial sul-africano.
"Demos uma desestabilizada. Jogamos o segundo
tempo sem fazer as coisas
que a gente sabe", disse Júlio
César. Dunga fez raciocínio
parecido com o do goleiro.
"Não mantivemos a concentração e a mesma forma
de jogar do primeiro tempo.
São 90 minutos, e a partida é
decidida em detalhes", disse.
As estatísticas mostraram
uma Holanda mais equilibrada, com mais desarmes (110 a
103), mais pontaria (33%) e
menos desperdício de bolas
dominadas (31 a 52).
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ,
PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)
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