Instado a comentar a queda do arquirrival, argentino prefere focar partida com a Alemanha

DO ENVIADO À CIDADE DO CABO

Para quem esperava um Maradona sorridente e gozador depois da eliminação do Brasil, o técnico da Argentina mostrou-se ontem humilde e respeitoso, embora tenha feito uma de suas mais descontraídas coletivas de imprensa desde que chegou à África.
Indagado por um jornalista argentino se estava feliz com a derrota do Brasil, tratou de cortar logo o assunto.
"Tenho outras coisas na cabeça para pensar. Amanhã [hoje], temos um jogo importante contra a Alemanha e é isso o que importa. Não penso em quem ganha ou quem perde. A derrota do Brasil é um problema do Brasil."
Quando foi questionado se a Argentina era a grande favorita ao título após a queda do Brasil, voltou a mostrar que está com os pés no chão.
"Não somos nem favoritos. Para ganhar a Copa, nós temos que jogar melhor e deixar a pele no campo. Estamos conscientes de que temos que continuar jogando dessa maneira. Vamos pegar um rival que sempre faz jogo duro com a Argentina."
Quando a seleção argentina começou no Mundial, Maradona havia dado uma nota 6,5 para o estágio da equipe.
Na véspera de definir vaga na semifinal do torneio, o treinador subiu só um pouco a cotação do time: "Estamos nos oito pontos agora".
Ele agradeceu aos jogadores argentinos até agora pelo que fizeram e disse que falará hoje o mesmo que tem dito antes da ida ao campo.
"Digo sempre aos jogadores, no último momento, que eles estão jogando por um país, que são responsáveis pelo sorriso de muita gente. Eu convoquei esses 23 jogadores e só posso agradecer a todos até agora, aos que jogam e aos que não jogam."
O atleta mais elogiado por ele foi Tevez, o melhor da partida contra o México.
"Conheço Carlitos faz tempo. E ele sempre foi assim, no Corinthians, no Manchester United, no Manchester City... É um orgulho para nós, argentinos, contarmos com ele na nossa seleção."
Maradona disparou duras críticas ontem à arbitragem, em especial à do conterrâneo Héctor Baldassi, que atuou na vitória de 1 a 0 da Espanha sobre Portugal -ele falou do tema quando indagado sobre a possível semifinal contra a atual campeã europeia.
"Tem algo que quero dizer. Héctor Baldassi é meu amigo, mas todas as divididas eram a favor da Espanha. Achei que ele teve atuação horrível. O gol da Espanha foi em impedimento. Tevez, contra o México, estava impedido, mas o gol da Espanha também foi em impedimento." (RODRIGO BUENO)

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