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Unicef faz campanha antidiscriminação
COPA AMÉRICA Na Argentina, entidade distribui
manual para jornalistas evitarem racismo e homofobia
DO ENVIADO A BUENOS AIRES
A Copa América ganhou
reforço internacional na luta
contra a discriminação. O
Unicef, parceiro oficial do
torneio desde 2004, promove
uma campanha no país-sede
até com os jornalistas para
evitar casos de racismo, homofobia, xenofobia etc.
A entidade, que tem acordo com a Confederação Sul-
-Americana de Futebol, tenta
difundir o respeito à diversidade durante a competição.
Na Copa América, tradicionalmente acontecem provocações que vão além das rivalidades esportivas.
Cânticos ou apelidos que
podem ter cunho racista ou
homofóbico viraram algo até
corriqueiro em estádios sul-
-americanos. Brasileiros, por
exemplo, costumam ser chamados de "macaquitos" ou
"maricones" por vizinhos.
No futebol argentino, ainda não há um número significativo de negros atuando, e
algumas seleções, como as
de Brasil, Colômbia e Equador, têm vários atletas que
podem ser alvo de racismo.
Há um grande número de
cidadãos de nações vizinhas
da Argentina, notadamente
bolivianos e paraguaios, que
normalmente não têm as melhores condições no país. No
final de 2010, houve casos de
xenofobia contra imigrantes
oriundos desses países.
Mauricio Macri, prefeito de
Buenos Aires, chegou a associar o crime organizado no
país e a "favelização" de
áreas da periferia à presença
de imigrantes na cidade.
Após a repercussão negativa da frase de Macri no Paraguai e na Bolívia, Cristina
Kirchner pediu "desculpas
aos países irmãos que tenham se sentido ofendidos".
Disse que a Argentina não
entraria no "clube" dos países xenófobos do mundo.
Bolivianos e paraguaios,
normalmente associados na
Argentina ao Boca Juniors,
clube mais popular do país,
são tratados pejorativamente
como "bosteros" pelos rivais.
A torcida do Independiente por vezes leva bandeiras e
objetos de Bolívia e Paraguai
para insultar adversários.
Também por isso, a campanha do Unicef neste ano
vai além de alertar contra racismo, algo que é comum em
competições de Fifa e Uefa.
Dentre as 15 sugestões dadas pela entidade aos jornalistas, em uma espécie de
manual de imprensa, estão
excluir "termos pejorativos
associados às diversas nacionalidades dos atletas".
O manual do Unicef ainda
pede que, pelo "caráter regional do torneio", sejam incluídas na cobertura informações sobre os países.
Na América do Sul, que
tem rivalidades históricas até
por questões fronteiriças (casos de Bolívia, Chile e Peru),
argentinos também sofrem
com a fama de egocêntricos.
Um comercial do canal argentino TyC Sports para a Copa América trata disso com
humor. Um humorista conta
piadas sobre a "superioridade" dos argentinos que são
desmentidas ou ilustradas
com cenas de renomados
jogadores do país, como Messi.
(RODRIGO BUENO)
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