São Paulo, domingo, 03 de julho de 2011

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JUCA KFOURI

"El Tigre" vive!


Um editor de livros de futebol descobre uma joia entre livros que herdou de uma biblioteca

CESAR OLIVEIRA, editor de livros sobre futebol e responsável pelo belíssimo sítio www.livrosdefu tebol.com, achou uma mina de ouro ao herdar a biblioteca de Milton Pedrosa, o organizador do célebre livro "Gol de Letra", lançado em 1968, encontrável hoje em dia apenas em sebos.
Nele, estão reunidas crônicas de craques como Nelson Rodrigues, Mario Filho, Armando Nogueira, Carlos Drummond de Andrade, Aparicio Torelli (Barão de Itararé), Coelho Netto, Carlos Heitor Cony (viva!), Fernando Sabino, Graciliano Ramos, Henrique Pongetti, José Carlos de Oliveira, José Lins do Rego, Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Paulo Rónai, Sergio Porto, Thomas Mazzoni e Vinicius de Moraes, entre outros.
Oliveira encontrou um texto original autobiográfico, e assinado, de cem páginas, e quase também uma centena de fotos inéditas, algumas com mais de cem anos, mas em perfeito estado de conservação, com a devida autorização para publicação de dona Joana, a viúva de... Arthur Friedenreich, o primeiro gênio imortal do futebol brasileiro.
Oliveira pretende lançar o livro no primeiro semestre do ano que vem, ou talvez no dia 18 de julho, quando se comemorará 120 anos do nascimento de "El Tigre".
Uma lenda tão lendária dos tempos ainda do amadorismo que um dia a Fifa registrou ter ele feito mais de 1.300 gols, superando Pelé, uma impropriedade que o jovem jornalista Alexandre da Costa tratou de pôr em seus devidos termos em seu livro "O Tigre do Futebol", pela DBA, quando pesquisou e revelou que Fried marcou "só" 554 gols em 561 jogos, aí sim, média superior à do Rei (0,987 gol por jogo contra 0,931).
Fried brilhou no Paulistano e depois no São Paulo da Floresta, com rápidas passagens, já como profissional, pelo Santos e pelo Flamengo.
Em 1919, no Campeonato Sul-Americano de seleções, a atual Copa América, esta que tem a estreia brasileira hoje contra a Venezuela, Fried marcou o gol que valeu o primeiro grande título internacional de nosso futebol, contra o Uruguai, no Rio de Janeiro, estádio das Laranjeiras, depois de duas prorrogações e 150 minutos de jogo.
Verdade que antes, em 1914, "El Tigre", apelido que lhe foi dado exatamente pelos derrotados uruguaios, havia sido campeão da Taça Roca, competição entre Brasil e Argentina agora ressuscitada.
O achado só tem um inconveniente: não será fácil segurar a ansiedade até a publicação do livro.

blogdojuca@uol.com.br


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