|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
STOP & GO
Vitória
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
Barrichello fez a pole, e a Globo decidiu deixar o "Tema da
Vitória" na agulha. Após quase
seis anos, um brasileiro poderia
voltar a vencer na F-1. Bateu na
trave, mas, salvo catástrofe, não
é improvável que a musiquinha,
trilha sonora das vitórias de
Senna, possa ser ouvida ainda
este ano no glorioso bananal.
Após alguns percalços, Barrichello e a Stewart mostraram estar em franca evolução. E o melhor tempo obtido nesta semana
nos testes de Silverstone, com
Hakkinen e Schumacher na pista, é ótima credencial para
quem disputa no próximo domingo o GP da Inglaterra.
De carona, o piloto brasileiro
ainda conta com especulações
favoráveis na mídia européia,
que o colocam na Ferrari, na
McLaren ou numa Stewart turbinada pela Ford já em 2000.
De fato, sua melhor fase na categoria, algo que ele esperou
muito e sempre afirmou que um
dia poderia acontecer.
O que preocupa em Barrichello, porém, é aquele ar jovial, as
gracinhas que insiste fazer no
pódio, a indefectível bandeirinha do Brasil carregada no bolso do macacão -que me desculpem os patriotas de plantão.
Tenho certeza de que o piloto
tem lá suas justificativas para
esse cansativo ritual. Mas, mais
uma vez, Barrichello perdeu
uma excelente oportunidade de
deixar claro para o mundo e
principalmente para os homens
da Stewart e da Ford que não estava no lugar de Frentzen por
incompetência deles, não sua.
Preferiu a sambadinha.
Existem pilotos e pilotos. Alguns ficam felizes com o que
conseguem. Outros, em geral os
melhores, ficam infelizes com o
que não conseguem.
Em outras palavras, dar "x"
no Schumacher ajuda (aliás,
obra-prima de verdade foi o segundo golpe em Hakkinen).
Mas o que vale, o que interessa, é chegar à frente, receber a
bandeirada primeiro, ouvir a
tal musiquinha. No caso de Barrichello, um pouco de malícia,
de política, se faz necessário.
NOTAS
Choradeira 1
Depois de meses de reclamação dos pilotos, a FIA não alterou o regulamento de pneus
para 2000. O prazo dado pela
Bridgestone para qualquer mudança expirou nesta semana.
Ou seja, os sulcos continuam
no ano que vem.
Choradeira 2
Mosley deve ter chorado de
tanto rir. Depois de passar semanas sendo bombardeado
pela mídia e pela maioria dos
pilotos, assistiu a um GP repleto de ultrapassagens em uma
pista não muito propícia. Tudo
bem, a chuva ajudou. Mas pista
molhada não é suficiente para
explicar tudo o que aconteceu
em Magny-Cours.
Boataria
O segundo filho teria feito
Schumacher repensar a vida. E,
acredite se quiser, esse seria um
dos motivos para a contratação
de Barrichello, escolhido pelo
alemão para receber o bastão
em 2002. Claro, depois de ele
ter conseguido o(s) título(s).
Texto Anterior: José Geraldo Couto: Gol de Ronaldinho nos ilumina e redime Próximo Texto: Tênis: Estratégia naufraga, e Kuerten perde Índice
|