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BOXE
Bate-papo com o técnico
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O porto-riquenho Oscar
Suarez, anunciado como
técnico/estragista de Popó, e que
trabalhará com Ulisses Pereira,
conforme a Folha revelou ontem,
discutiu com esta coluna os detalhes da preparação do brasileiro
para suas próximos combates.
Suarez é adepto dos lutadores
de estilo agressivo, pegadores.
Seus dois pupilos mais famosos se
encaixam nesse perfil. Além de ter
ganhado notoriedade por treinar
o "Prince" Naseem Hamed, que
chegou a ser considerado o melhor pena do mundo (além de ter
sido campeão pela OMB, bateu os
campeões do CMB, AMB e FIB),
também comanda o córner do peso-supermédio Omar Sheika.
"Seu estilo é bom, único, pegador. E esse tipo de lutador [pegador] é minha especialidade. Minhas prioridades ao treiná-lo serão a forma física, a velocidade, o
que aumentará ainda mais sua
pegada, e a parte defensiva. Trabalhar a defesa é importante para
fazer o rival errar e então capitalizar nos contragolpes", analisa o
técnico, que foi campeão amador
de Porto Rico e bicampeão do
"Golden Gloves", nos EUA.
O boxeador brasileiro desembarca na próxima terça-feira em
Palm Springs, cidade da Flórida
(EUA), quando será recepcionado no aeroporto por Suarez. Ambos se conheceram no ano retrasado. Tiveram rápido contato durante a convenção anual da OMB
(Organização Mundial de Boxe),
em Mar del Plata, na Argentina.
O adiamento para novembro
ou dezembro do combate com o
cubano Joel Casamayor, campeão dos superpenas pela AMB
(Associação Mundial de Boxe),
inicialmente previsto para julho,
agosto, e então para o final de setembro, também foi elogiado.
"Foi uma boa decisão. Houve
muita mudança na vida de Freitas, troca de treinador, casamento, isso cria grande pressão."
Verdade, a troca de técnicos é
sempre traumática, pois a "química" entre treinador e boxeador
é única, como aquela entre pai e
filho. Além desses fatores, há também o fato de Popó estar sem lutar desde janeiro (um nocaute no
primeiro assalto sobre Orlando
Soto, antes disso, havia batido,
também no primeiro assalto, Daniel Alicéa). O último combate de
Popó que não pode ser classificado como um massacre foi a vitória sobre o argentino Carlos Ríos,
em setembro do ano passado.
Para piorar, se o combate com
Casamayor fosse em setembro,
Popó, que pesa atualmente cerca
de 66 kg -o limite dos superpenas é de aproximadamente 59
kg-, teria a dificuldade de se enquadrar em sua categoria (no final do ano o processo seria mais
gradual), contra o melhor rival de
sua carreira. Seriam muitos fatores negativos e distrações -aliás,
antes do adiamento, emiti análise
pessimista, sem saber à época que
haveria uma luta preparatória,
que não foi bem recebida pelo
grupo ligado ao boxeador.
Suarez, que também trabalha
ocasionalmente na função de
"cut man" (especialista em fechar
cortes) explica que sempre começará a trabalhar com Popó "a
partir de oito a dez semanas antes
da data de seus combates".
Para finalizar, Suarez antevê
como seria um duelo entre Popó e
Casamayor. "Não acho que Casamayor resista por mais do que seis
ou oito assaltos com Freitas. Vamos colocar pressão em ângulos.
Como é canhoto, não conseguirá
atacar se estiver sob pressão. E é
isso que vamos fazer, com movimentação, pegada e rapidez."
No exterior
Tyson x Nielsen está próxima de ser fechada. Um enviado da
Showtime, Jason Oberlander, está no país de Nielsen, a Dinamarca.
No Brasil 1
O pena Valdemir Pereira, o Sertão, que competiu em Sydney-2000,
e o promissor leve Juliano Ramos venceram seus combates, contra
Renato Pedro (nocaute no segundo assalto) e César Soares (desclassificação no primeiro) no último fim de semana. A programação foi promovida por Servílio de Oliveira, bronze no México-68.
No Brasil 2
O pesado Adenílson Rodrigues, filho de Maguila, bateu Antonio
Ferreira Leão, no terceiro assalto, no fim de semana e volta a lutar
no dia 12. Adenílson, antes conhecido como Adenílson Lima, adotou o sobrenome do pai. Também lutou na programação Francisco Tomás da Cruz (mas isso já é assunto para outra coluna).
E-mail eohata@folhasp.com.br
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