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São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2003

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PAN 2003

País despacha para Santo Domingo delegação recheada de parentes

Irmãos empurram Brasil na disputa pelas medalhas

DOS ENVIADOS A SANTO DOMINGO

Se o Brasil enviou à Copa a "família Scolari", em Santo Domingo o país está representado pela "família pan-americana". Literalmente. É comum encontrar dois membros de uma mesma família em diversas modalidades.
Os ginastas Daniele e Diego Hypólito são o caso mais notório.
É a primeira vez que Daniele, 18, destaque feminino da delegação brasileira e prata no Mundial de Ghent-2001, disputa um Pan ao lado do irmão mais novo.
Porém se engana quem pensa que apenas Diego, 16, se beneficia do convívio. "Ele é uma pessoa que me tranquiliza e dá muita força", argumenta Daniele.
De sua parte, a "pequena notável" ensina o caminho das pedras. Retribui com dicas sobre treinos e relacionamento com a mídia. "Ela diz sempre para me manter calmo, mesmo se cometer um erro. É importante passar uma imagem positiva para os patrocinadores", explica Diego.
Já os irmãos Marcel e Márcio Wenceslau tiveram de se despedir no aeroporto. Mas apesar de terem disputado a mesma vaga no taekwondo, na categoria até 58 kg, os manos não reproduziram a passagem bíblica de Abel e Caim na qual este último mata o irmão. Muito pelo contrário.
"Na última seletiva, meu irmão deu uma facilitada. Ele estava contundido e sabia que eu estava em melhores condições. Foi uma retribuição ao que fiz em 1999", explica Marcel, 22, que estará em Santo Domingo, em alusão ao fato de ter cedido a vaga ao irmão mais velho em Winnipeg.
À época, ele ponderou que, por ter mais idade e mais experiência, o irmão reuniria melhores condições de representar o país.
Se, para os lutadores, o Pan representou uma separação, para uma dupla de irmãos as competições, e especialmente Santo Domingo, são sinônimos de união.
É o caso, literalmente, de Alessandra, 29 e Renata Oliveira, 25, da seleção de basquete.
Em Santo Domingo elas tiveram a oportunidade de se reencontrar, já que vinham atuando em países diferentes. É a primeira vez que atuarão lado a lado pela seleção em torneio internacional.
"Acho legal estar com ela aqui. Espero que esta seja a primeira de muitas vezes que jogaremos juntas", comemorou Alessandra.
O time nacional de beisebol foi pródigo ao atrair jogadores irmãos. Há dois pares: Elson Nishimura Júnior, 23, e Fernando Nishimura, 19, e Estevão, 27, e Renan Sato, 20. Os dois últimos têm mais um irmão, Reinaldo, 22, que atua na Liga Profissional Japonesa e não foi liberado por seu time.
Elson mostra preocupação com o irmão mais jovem. "Por ele ser mais novo, você pensa que não vai conseguir fazer o que lhe pedem. Mas até agora tem conseguido chegar nas metas."
Mais dois esportes enviaram irmãos à República Dominicana.
Além de sua afinidade natural, as gêmeas Carolina e Isabela de Moraes, 23, do nado sincronizado, dão uma explicação técnica para a parceria. Segundo elas, ter o mesmo biótipo ajuda muito, pois quanto mais parecidas forem as pernas das atletas, melhor.
Andréa Henriques, 23, trocou o nado sincronizado -sua modalidade original- pelo pólo aquático, após assistir aos jogos do irmão, Vicente, 24. "Me cansei do nado e quando me chamaram não tive dúvidas... Ainda mais porque é mais uma forma de eu e meu irmão estarmos juntos", afirma. (EDUARDO OHATA, GUILHERME ROSEGUINI E JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)


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