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São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2003

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PAN 2003

Sem dinheiro da Lei Piva, sem os uniformes do COB e sem dar prioridade ao evento, equipe joga com a Colômbia

"Anti-Pan", futebol masculino estréia

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Se para os outros esportes o Pan é uma celebração, para o futebol brasileiro, especialmente o masculino, não passa, pelo que se viu antes do embarque para Santo Domingo e nos primeiros dias no Caribe, de uma grande amolação.
Com um time sub-20 (o regulamento permitia a inscrição de uma equipe sub-23), o Brasil abre hoje, às 16h, contra a Colômbia, sua participação nos Jogos.
Se na maioria dos casos a briga por uma vaga na delegação brasileira é acirrada, no caso do futebol masculino a CBF nem fazia questão de mandar uma equipe.
No início de junho, a entidade anunciou que não participaria do Pan para não desfalcar os times durante a disputa Campeonato Brasileiro, isso em uma temporada em que os clubes do país já perderam atletas para sete jogos da seleção principal e dois longos torneios do time sub-23.
Só depois de muita pressão de políticos governistas a CBF mudou de idéia e decidiu mandar a equipe sub-20 para Santo Domingo, onde as rusgas continuam.
A seleção chegou à capital dominicana vestindo roupas da Nike, a patrocinadora da CBF. Também vai entrar em campo com os uniformes da firma norte-americana. Dessa forma, vai desprezar o material da Olympikus, fornecedora oficial do COB.
Já em Santo Domingo, o futebol queixou-se de tudo. Na Vila Pan-Americana, a alimentação não estaria no padrão com que os times da CBF estão acostumados.
A qualidade dos gramados para treinamento e mesmo dos estádios que serão usados também foi alvo de pesadas críticas.
Por trás da má vontade do futebol em jogar o Pan está uma querela entre dois cartolas. Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e Carlos Arthur Nuzman, dirigente maior do COB, não se bicam. O primeiro gaba-se de não depender das verbas da Lei Piva, enquanto o segundo reclama que o futebol sempre cria dificuldades.
Além das disputas políticas e queixas, o futebol difere das outras modalidade no Pan pela remuneração dos atletas. Mesmo formado por jogadores sub-20, a seleção brasileira de futebol que está em Santo Domingo é composta por vários profissionais que já atuam por grandes clubes, como Vágner, do Palmeiras, e Dagoberto, do Atlético-PR. Eles recebem mais de R$ 10 mil mensais, remuneração impensável para a maioria da delegação do país.


NA TV - Brasil x Colômbia, ao vivo, às 16h, na Sportv


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