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VÔLEI
Tetracampeãs do Grand Prix contrariam tendência mundial quando comparadas ao time que foi bronze em Sydney
Seleção encolhe e envelhece para vencer
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em uma época em que as equipes estão cada vez mais altas e fortes, a seleção feminina contraria a
tendência mundial. O Brasil vai a
Atenas com um time mais baixo
do que aquele que conquistou a
medalha de bronze em Sydney.
As tetracampeãs do Grand Prix
têm, em média, 1,82 m, dois centímetros a menos do que o time de
2000. É a menor seleção a obter
um resultado expressivo desde o
início dos anos 90, quando o país
entrou para a elite do vôlei.
A baixa estatura torna a seleção
ainda mais dependente de um
bom saque para tentar bloquear
as adversárias. Na semifinal do
Grand Prix contra os EUA, por
exemplo, o time sofreu para barrar a atacante Haneef, de 2,00 m.
A brasileira mais alta é a meio-de-rede Fabiana, de 1,93 m, que
estreou com a camisa verde-amarela apenas no ano passado. Fofão, com 1,73 m, é a baixinha.
O time brasileiro não só encolheu como também ficou mais velho graças à renovação às avessas
de José Roberto Guimarães.
Quando assumiu o cargo, em
2003, o treinador afirmou que não
iria priorizar novos talentos.
"Precisamos juntar as melhores
jogadoras para tentarmos voltar
ao pódio, não é hora de experimentar", disse à época.
Zé Roberto herdara um grupo
com médias de 23,5 anos e 1,84 m,
formado após a crise da seleção
em 2003. Com algumas jogadoras
veteranas rebeladas, o então técnico Marco Aurélio Motta havia
investido em novatas.
Somente quatro delas continuam na equipe campeã do
Grand Prix neste ano: Fabiana,
Sassá, Virna e Valeskinha. As
duas primeiras, de 19 e 21 anos
respectivamente, foram alçadas à
seleção por Motta. Agora, o time
tem média de 27,2 anos.
Além de Virna, 32, Elisângela,
25, Érika, 24, Walewska, 24, e Fofão, 34, são remanescentes do
grupo de Sydney-2000. Naquele
ano, o time tinha 25,6 anos.
A média de idade cresceu principalmente por causa das "novatas" convocadas por Zé Roberto.
O técnico tirou da aposentadoria a levantadora Fernanda Venturini, 33, e apostou na melhor jogadora da Superliga 02/03, a
oposto Bia, 32 e só 1,79 m, que
nunca havia jogado na seleção.
Quem mais contribuiu para o
salto foi a líbero Arlene, que completa 35 anos em dezembro.
"Ainda se produz muito pouco,
tem pouca gente trabalhando
com categorias de base para revelar jogadoras. A revelação no
masculino é muito maior. E, se
não houver um trabalho na base,
não teremos como repor as peças", afirma o treinador.
Virna e Fernanda já declararam
que deixam a seleção após Atenas.
Fofão, Arlene e Bia não devem
chegar até Pequim-2008.
Apesar de ter como prioridade
colocar o Brasil no pódio em Atenas, Zé Roberto também deu sua
contribuição para rejuvenescer o
time. Mari, 20, foi chamada pela
primeira vez neste ano, assumiu a
posição de oposto titular e foi a
grande surpresa do Brasil no GP.
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