São Paulo, terça-feira, 03 de agosto de 2004

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VÔLEI

Tetracampeãs do Grand Prix contrariam tendência mundial quando comparadas ao time que foi bronze em Sydney

Seleção encolhe e envelhece para vencer

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em uma época em que as equipes estão cada vez mais altas e fortes, a seleção feminina contraria a tendência mundial. O Brasil vai a Atenas com um time mais baixo do que aquele que conquistou a medalha de bronze em Sydney.
As tetracampeãs do Grand Prix têm, em média, 1,82 m, dois centímetros a menos do que o time de 2000. É a menor seleção a obter um resultado expressivo desde o início dos anos 90, quando o país entrou para a elite do vôlei.
A baixa estatura torna a seleção ainda mais dependente de um bom saque para tentar bloquear as adversárias. Na semifinal do Grand Prix contra os EUA, por exemplo, o time sofreu para barrar a atacante Haneef, de 2,00 m.
A brasileira mais alta é a meio-de-rede Fabiana, de 1,93 m, que estreou com a camisa verde-amarela apenas no ano passado. Fofão, com 1,73 m, é a baixinha.
O time brasileiro não só encolheu como também ficou mais velho graças à renovação às avessas de José Roberto Guimarães. Quando assumiu o cargo, em 2003, o treinador afirmou que não iria priorizar novos talentos.
"Precisamos juntar as melhores jogadoras para tentarmos voltar ao pódio, não é hora de experimentar", disse à época.
Zé Roberto herdara um grupo com médias de 23,5 anos e 1,84 m, formado após a crise da seleção em 2003. Com algumas jogadoras veteranas rebeladas, o então técnico Marco Aurélio Motta havia investido em novatas.
Somente quatro delas continuam na equipe campeã do Grand Prix neste ano: Fabiana, Sassá, Virna e Valeskinha. As duas primeiras, de 19 e 21 anos respectivamente, foram alçadas à seleção por Motta. Agora, o time tem média de 27,2 anos.
Além de Virna, 32, Elisângela, 25, Érika, 24, Walewska, 24, e Fofão, 34, são remanescentes do grupo de Sydney-2000. Naquele ano, o time tinha 25,6 anos.
A média de idade cresceu principalmente por causa das "novatas" convocadas por Zé Roberto.
O técnico tirou da aposentadoria a levantadora Fernanda Venturini, 33, e apostou na melhor jogadora da Superliga 02/03, a oposto Bia, 32 e só 1,79 m, que nunca havia jogado na seleção.
Quem mais contribuiu para o salto foi a líbero Arlene, que completa 35 anos em dezembro.
"Ainda se produz muito pouco, tem pouca gente trabalhando com categorias de base para revelar jogadoras. A revelação no masculino é muito maior. E, se não houver um trabalho na base, não teremos como repor as peças", afirma o treinador.
Virna e Fernanda já declararam que deixam a seleção após Atenas. Fofão, Arlene e Bia não devem chegar até Pequim-2008.
Apesar de ter como prioridade colocar o Brasil no pódio em Atenas, Zé Roberto também deu sua contribuição para rejuvenescer o time. Mari, 20, foi chamada pela primeira vez neste ano, assumiu a posição de oposto titular e foi a grande surpresa do Brasil no GP.


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