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Clãs desfilam suas gerações e montarias no Athina Onassis
Competição reúne pais e filhos de famílias tradicionais, como Gerdau e Diniz
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Michael começou a montar
pôneis na infância. Logo, tornou-se um prodígio. Em 93, já
dono de medalha olímpica, ultrapassou John e se tornou o
primeiro do ranking. Ontem,
aconselhava o jovem William.
Eles formam o time britânico
em ação no Concurso de Saltos
Athina Onassis. E têm mais um
detalhe em comum que revela
uma das principais facetas do
hipismo: a força familiar.
Whitaker é um dos quatro
sobrenomes que se repetiram
ontem na lista de competidores
do concurso. Outros, mesmo
solitários, representavam ex-esportistas importantes ou famílias poderosas, como Rodrigo Marinho, das Organizações
Globo, ou Luciana Diniz, do
Grupo Pão de Açúcar.
"É normal que o gosto pelo
esporte passe de pai para filho.
Além de conviver nesse meio,
você já encontra toda a estrutura pronta, apoio, cavalos...", diz
Karina Johannpeter, que ontem competiu contra o pai, Jorge Gerdau Johannpeter.
O clã também foi representado de forma indireta. César Almeida, ouro no Pan, montou
Singular Joter II, de Gerdau.
Cristina Harbich, mãe de Karina, salta o concurso nacional.
Boa parte da família já foi a
Olimpíadas e Mundiais.
"Sempre gostei de cavalos,
saltava desde pequena, mas minha mãe queria que eu escolhesse sem pressão. Ela teve de
segurar o meu pai para ele não
me atropelar", brinca Karina.
Organizador do evento e
competidor, Álvaro Affonso de
Miranda Neto, o Doda, disputa
as provas contra o irmão, Paulo
Fernando de Miranda.
A família também o ajudou a
conseguir tirar do papel a idéia
de fazer o evento. Sua mulher
batizou a competição.
"Com o nome da Athina, o
concurso ganhou a credibilidade de que precisava para alavancar patrocínios", diz Doda.
Athina é amante de cavalos e
costuma comprá-los para consumo próprio ou de outros atletas. Um deles, o melhor de todos, ela emprestou para o marido competir no ano passado. O
mimo voltou machucado.
A herdeira da fortuna dos
Onassis desenvolveu com Doda
o gosto pela competição e quer
tentar disputar o concurso que
leva seu nome em 2008.
Mesma paixão que Nelson
Pessoa passou para o filho.
Quando Rodrigo nasceu, ele já
era um dos principais nomes do
hipismo. Sonhava em passar
suas lições adiante.
"Eu só temia que ele não quisesse se dedicar, que não levasse a sério. Ele já tinha toda a estrutura. Tive muita sorte", afirma o pai de Rodrigo Pessoa,
atual campeão olímpico.
Luciana Diniz decidiu usar a
família para disputar competições importantes. Mas se afastou dos clãs que dominam o hipismo nacional e naturalizou-se portuguesa. "Não me mandaram para o Mundial, e eu estava com cavalo ótimo. Os portugueses sempre me trataram
bem. Não há o que pague isso."
O Brasil foi apenas décimo no
Mundial de Aachen, e a equipe
terminou rachada por confusão entre membros das famílias
Miranda e Teixeira.
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