|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Rio olímpico recicla promessas e tem soluções paliativas
Cidade sugere rodízio para diminuir o trânsito, turistas em aeroporto paulista e hospedagem em navios de cruzeiro
Despoluição das águas, que não saiu do papel para o Pan-2007, é um dos pontos positivos apontados pelo COI no dossiê brasileiro
DA REPORTAGEM LOCAL
O plano do Rio para mudar a
cidade com os Jogos de 2016 inclui projetos já fracassados,
promessas que não saíram de
fato do papel e medidas paliativas para problemas graves.
Mesmo com um investimento prometido de US$ 4,9 bilhões em transporte, o dossiê
brasileiro prevê um rodízio de
carros para reduzir em 30% o
tráfego durante a competição.
Para o Pan-2007, também foram prometidas melhorias do
transporte coletivo, incluindo
metrô ligando a zona sul à Barra da Tijuca, que não existe.
O principal aeroporto olímpico será o Galeão, com reforma prevista para a Copa-2014.
Mas ele não será suficiente, e a
candidatura Rio-2016 aponta o
uso do aeroporto de Guarulhos
e da ponte aérea via Santos Dumont como outra entrada.
A candidatura carioca também não tem hoje os 40 mil
quartos pedidos pelo COI. A garantia de que atingirá o número
é baseada na análise das "necessidades futuras" da cidade.
O plano inclui uso de hotéis, vilas que serão construídas, flats
e navios de cruzeiros. As embarcações não deram garantias
de que participarão dos Jogos.
Se as tarifas dos navios forem
superiores ao preço máximo
dos hotéis, o comitê Rio-16 terá
de subsidiá-las. Dos hotéis,
60% incluíram cláusula de reavaliação de taxas até os Jogos, o
que, para o COI, é um risco.
O Rio também mostra velhas
promessas que não saíram do
papel para o Pan, como a despoluição da baía de Guanabara.
O projeto olímpico prevê a limpeza de rios e lagos e melhoria
do tratamento da água.
Em 2007, a sujeira da baía de
Guanabara atrapalhou a seletiva de vela. Na maratona aquática, Poliana Okimoto se intoxicou com coliformes fecais no
mar de Copacabana.
O modelo de construção da
Vila do Pan também será repetido na Vila Olímpica. Uma empresa privada construirá prédios com financiamento federal. Após os Jogos, o local virará
um condomínio privado.
A Vila do Pan não foi totalmente ocupada -houve problemas na construção, e moradores processam a construtora.
Para erguer o Parque Olímpico, o Rio também terá de mexer
em problema deixados de lado
para os Jogos-2007. O terreno
abriga favela com 300 famílias,
que terão de ser removidas.
A violência também foi item
destacado pelo COI. Segundo
avaliadores, o Rio mostrou que
níveis de criminalidade têm
caído com ações de polícia comunitária e programas sociais
com atividades esportivas. A
área de atuação dessa polícia,
porém, é restrita a poucas comunidades e bastante recente.
Texto Anterior: Saiba mais: Delegados minimizam efeitos de documento sobre votos Próximo Texto: Madri: Comitê critica lei antidoping local Índice
|