São Paulo, quinta-feira, 03 de setembro de 2009

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Rio olímpico recicla promessas e tem soluções paliativas

Cidade sugere rodízio para diminuir o trânsito, turistas em aeroporto paulista e hospedagem em navios de cruzeiro

Despoluição das águas, que não saiu do papel para o Pan-2007, é um dos pontos positivos apontados pelo COI no dossiê brasileiro

DA REPORTAGEM LOCAL

O plano do Rio para mudar a cidade com os Jogos de 2016 inclui projetos já fracassados, promessas que não saíram de fato do papel e medidas paliativas para problemas graves.
Mesmo com um investimento prometido de US$ 4,9 bilhões em transporte, o dossiê brasileiro prevê um rodízio de carros para reduzir em 30% o tráfego durante a competição.
Para o Pan-2007, também foram prometidas melhorias do transporte coletivo, incluindo metrô ligando a zona sul à Barra da Tijuca, que não existe.
O principal aeroporto olímpico será o Galeão, com reforma prevista para a Copa-2014. Mas ele não será suficiente, e a candidatura Rio-2016 aponta o uso do aeroporto de Guarulhos e da ponte aérea via Santos Dumont como outra entrada.
A candidatura carioca também não tem hoje os 40 mil quartos pedidos pelo COI. A garantia de que atingirá o número é baseada na análise das "necessidades futuras" da cidade. O plano inclui uso de hotéis, vilas que serão construídas, flats e navios de cruzeiros. As embarcações não deram garantias de que participarão dos Jogos.
Se as tarifas dos navios forem superiores ao preço máximo dos hotéis, o comitê Rio-16 terá de subsidiá-las. Dos hotéis, 60% incluíram cláusula de reavaliação de taxas até os Jogos, o que, para o COI, é um risco.
O Rio também mostra velhas promessas que não saíram do papel para o Pan, como a despoluição da baía de Guanabara. O projeto olímpico prevê a limpeza de rios e lagos e melhoria do tratamento da água.
Em 2007, a sujeira da baía de Guanabara atrapalhou a seletiva de vela. Na maratona aquática, Poliana Okimoto se intoxicou com coliformes fecais no mar de Copacabana.
O modelo de construção da Vila do Pan também será repetido na Vila Olímpica. Uma empresa privada construirá prédios com financiamento federal. Após os Jogos, o local virará um condomínio privado.
A Vila do Pan não foi totalmente ocupada -houve problemas na construção, e moradores processam a construtora.
Para erguer o Parque Olímpico, o Rio também terá de mexer em problema deixados de lado para os Jogos-2007. O terreno abriga favela com 300 famílias, que terão de ser removidas.
A violência também foi item destacado pelo COI. Segundo avaliadores, o Rio mostrou que níveis de criminalidade têm caído com ações de polícia comunitária e programas sociais com atividades esportivas. A área de atuação dessa polícia, porém, é restrita a poucas comunidades e bastante recente.


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