Terceiro em seu grupo, Brasil pega Argentina, seu pior inimigo, em jogo que técnico queria evitar

Jeff Haynes/Reuters

Brasil X Croácia

Brasil 92
Croácia 74

DANIEL BRITO
ENVIADO ESPECIAL A ISTAMBUL

O Brasil venceu com facilidade a Croácia ontem, por 92 a 74, no ginásio Abdi Ipekçi, e terminou a primeira fase do Mundial de basquete na terceira colocação do Grupo B.
Na terça, às 15h, o time pega seu maior rival, a Argentina, segunda colocada do Grupo A, nas oitavas de final.
Será o último jogo desta fase, já que as quartas começam logo na quarta-feira.
O clássico regional era tudo o que o técnico da seleção brasileira, Rubén Magnano, gostaria de evitar.
"Se pudesse escolher, não queria enfrentar a Argentina", afirmou o argentino.
Desde 1995, os vizinhos batem o Brasil nas competições mais importantes, como Pré-Olímpicos e Mundiais.
Na Turquia, desembarcaram como líderes do ranking da federação internacional e estavam invictos até ontem, quando caíram diante da Sérvia, também candidata ao título, por 82 a 84.
"Não estou falando no aspecto esportivo, porque agora estou no Brasil e tenho que trabalhar para derrota-los. Estou me referindo à vivência que tive com aqueles jogadores [da Argentina] em uma época de glórias", justificou-se Magnano.
Foi por causa do seu currículo à frente da seleção argentina que o técnico acabou no Brasil. Em dois anos (de 2002 a 2004), faturou o vice Mundial, sendo o treinador do primeiro time a bater o Dream Team dos EUA, e o ouro olímpico em Atenas-2004.
Em entrevista ao canal Bandsports, antes do Mundial turco, já como técnico do Brasil, Magnano ficou com os olhos marejados ao rever imagens da conquista.
"Alguns meses atrás, era completamente impensável que eu tivesse que enfrentar a Argentina em uma competição tão importante", disse ele. "Vai ser um momento curioso para minha vida."
Os pivôs Luís Scola e Fabricio Oberto e o armador Carlos Delfino estavam na seleção escalada por Magnano em Atenas-2004 e são peças importantes na equipe argentina no Mundial turco.
"Conheço muito todos os atletas. Sei que eles têm qualidades que tornam impossível prever de onde o Scola vai arremessar", minimizou.
Já os brasileiros festejaram. "Ter Magnano do nosso lado é uma vantagem porque ele trouxe a filosofia da Argentina", resumiu o ala Alex.


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