São Paulo, sexta-feira, 03 de outubro de 2008

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Petróleo turbina Rússia, próximo rival na 1ª fase

DA ENVIADA A BRASÍLIA

A Rússia, adversária de amanhã do Brasil, nunca foi campeã mundial de futsal, mas é uma das equipes mais respeitadas e está cotada para chegar à fase decisiva da competição.
O segredo: dinheiro pesado. A exemplo do que ocorre no futebol, as empresas petrolíferas da Rússia turbinaram as equipes locais e transformaram a liga nacional em uma das mais prestigiadas do mundo. Tanto que os últimos dois campeonatos europeus de clubes foram vencidos pelo Ekaterimburgo e pelo Dínamo de Moscou.
"Os seis times de ponta da liga russa são patrocinados por empresas ligadas a petróleo e gás", comenta o brasileiro naturalizado Sirilo, que marcou dois gols na estréia da Rússia ontem, em Brasília. A equipe venceu Cuba por 10 a 5.
"Está se tornando uma liga cada vez mais forte, atraindo mais brasileiros para lá. Então, o futsal está crescendo muito", conta o pivô, que joga pelo Dínamo de Moscou, patrocinado por empresa de petróleo.
Em 2002, quando disputava um torneio na Itália com a seleção brasileira sub-21, o técnico da equipe russa o convidou para ir para Moscou. No ano seguinte, assinou contrato com o Spartak. A proposta de naturalização não demorou.
"Não pensei duas vezes quando pediram para me naturalizar", comenta o jogador.
Segundo ele, os russos aceitam bem os brasileiros na seleção, mas a cobrança por um bom desempenho é grande.
"Tem que jogar bem, senão eles falam que estamos tirando a vaga de um russo na equipe."
Sirilo é apenas um dos muitos brasileiros que foram levados pelo dinheiro advindo do petróleo para jogar futsal na Rússia. Cerca de 20 atletas do Brasil disputam atualmente a liga local. Os salários chegam a US$ 40 mil (quase R$ 80 mil).
"Hoje, posso dizer que financeiramente a Rússia é um dos melhores países para se jogar futsal", revela Pula, o outro brasileiro que faz parte da seleção russa neste Mundial.
O atleta, que joga na Rússia há quatro anos, revelou que teve problemas com manifestações de racismo em Moscou.
"Me chamaram de preto na rua. Mas, quando alguma coisa não me faz bem, finjo que não entendo", desconversa o ala.


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