São Paulo, sábado, 03 de outubro de 2009

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Button marca Barrichello até no paddock de Suzuka

Colegas na Brawn e rivais pelo título têm estratégias diferentes para a corrida

Com 15 pontos de vantagem sobre o parceiro, Button precisa de 5 a mais que o brasileiro para sair do Japão como campeão

Toru Hanai/Reuters
O piloto brasileiro Rubens Barrichello passa com sua Brawn por trecho do circuito de Suzuka durante os treinos livres para o GP do Japão, que poderá ser decisivo

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SUZUKA

A cena no escritório da Brawn no remodelado paddock de Suzuka chega a ser engraçada. Reflete com fidelidade como Jenson Button e Rubens Barrichello encaram na próxima madrugada, a partir das 2h (de Brasília), o GP do Japão.
Sentado de costas para o companheiro, o brasileiro atende à imprensa num canto do local. Mais atrás, Button conversa com outro grupo de repórteres e, de tempos em tempos, olha para Barrichello, numa espécie de marcação.
E é exatamente assim que os dois pretendem se comportar na corrida que pode definir o Mundial de F-1 deste ano. Com 15 pontos de vantagem sobre o parceiro, Button tem de fazer cinco pontos a mais que ele para sair de Suzuka como o 31º piloto a sagrar-se campeão.
Isso significa dizer, por exemplo, que se Barrichello não marcar pontos basta que ele chegue em quarto lugar.
"Tenho que fazer o meu e esquecer o que o Jenson está fazendo", falou o brasileiro, que venceu em Suzuka em 2003 largando da pole position -o treino que definiria o grid deste ano seria realizado ontem, após o fechamento da edição.
Já o inglês pretende fazer justamente o contrário. Fruto da vantagem que acumulou até aqui, só precisa "marcar" Barrichello e tentar anotar alguns pontos. E é exatamente por isso não se cansa de repetir que entrará na prova da próxima madrugada sem correr riscos desnecessários na tentativa de uma vitória a qualquer preço.
"Não vou para a corrida pensando que vou conquistar o título aqui. Penso somente em fazer uma boa corrida", disse.
No circuito que ficou famoso pelos acidentes propositais entre Ayrton Senna e Alain Prost, que definiram os Mundiais de 1989 e 1990, Button também fez questão de rechaçar qualquer possibilidade de "jogar sujo" para selar a conquista do campeonato com três corridas de antecedência.
"Eu era pequeno e lembro de ver o Senna e o Prost batendo na chicane quando eram companheiros de equipe na McLaren. Achava legal ver dois parceiros lutando daquele jeito por um campeonato. Mas acho que [o título] não vale tanto para mim a ponto de fazer algo assim", disse Button, 29.
"Isso mostra o tipo de pessoa que você é e não significaria muito para mim se eu fizesse algo como parar o carro no meio da pista [de propósito]. Eu sentiria como se tivesse me enganado", afirmou o piloto, que na sequência emendou.
"Se o Rubens fosse um cara diferente talvez eu até pensasse de maneira diferente e se eu tivesse um companheiro de equipe que eu odiasse, talvez, mas não é o caso", completou.
Barrichello acredita na disputa limpa entre eles, mas discorda da atitude do companheiro com relação ao fim de semana. "Se estivesse na situação do Jenson não ia nem pensar em tirar o pé porque aí você faz uma coisa diferente do que fez o ano todo e fica perigoso."


NA TV - GP do Japão
Globo, ao vivo, às 2h de amanhã




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