DA REPORTAGEM LOCAL

Decadência técnica, escândalo de uso de drogas e locautes. O esporte norte-americano vai mal das pernas -e não será com o próximo ocupante da Casa Branca que a situação vai mudar.
Tanto o republicano George W. Bush quanto o democrata John Kerry desprezam de forma absoluta o assunto. Em seus programas de governo, verdadeiros calhamaços, não é citada uma única vez a palavra esporte.
Nas 263 páginas de "Nosso plano para a América", a chapa encabeçada por Kerry não fala de esporte nem como atividade de lazer ou para promover a saúde.
O programa de Bush tem cinco longos capítulos, que falam até da promoção do serviço voluntário, mas despreza um assunto que movimenta bilhões de dólares.
Nos três debates que os candidatos fizeram, em nenhum momento o esporte, tanto o profissional quanto o de lazer, entrou na pauta de discussões.
E não é por falta de problemas, tanto que o atual presidente entrou de sola no combate ao doping -no seu mais recente discurso anual pediu aos atletas dos EUA que se livrassem das drogas.
Mas o doping só é um capítulo das dificuldades por que passa o esporte na maior potência do mundo. Nos Jogos de Atenas, os americanos conquistaram 35 medalhas de ouro, a pior marca nos últimos 20 anos e só três a mais do que a China, que promete ficar no topo em Pequim-2008.
No front interno, sofrem com o locaute da liga de hóquei sobre o gelo, o que já provocou a fuga de mais de 200 jogadores para times de outros países. O futebol americano e o basquete estão perto de negociar um novo acordo de trabalho entre atletas e patrões, e a possibilidade de paralisação no próximo ano também é boa.
Se não apresentam propostas para o esporte, Bush e Kerry usaram o assunto em suas campanhas para se promoverem, como no caso do beisebol, em que o Boston foi campeão e o democrata pegou carona no título da equipe do Estado onde tem sua base política. (PAULO COBOS)


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