São Paulo, terça-feira, 03 de novembro de 2009

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SP monta pacote para sobreviver a Jogos-16

Secretaria inaugura equipamentos e trabalha bastidor para defender espaço

Reunião com COB, abertura de "balcão de negócios", um centro de medicina do esporte e pista de atletismo são primeiras iniciativas

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com o objetivo de não sumir do mapa esportivo nacional, São Paulo lança pacote, que inclui inauguração, hoje, de um inédito centro de excelência de medicina do esporte, uma pista classe 1 de atletismo (uma das únicas cinco do país) e um conjunto de ações nos bastidores.
O secretário municipal de esportes de São Paulo, Walter Feldman, já manifestava, há tempos, preocupação com perda de espaço de São Paulo.
""Conversei com o Marcus Vinicius [Freire, supervisor do Comitê Olímpico Brasileiro] e acertamos uma reunião [para este mês]. Quero criar um canal de comunicação para informar a eles o que temos e o que queremos", argumenta Feldman.
Nos últimos meses, o secretário municipal, em meio a insinuações de descaso, lançara críticas em direção ao comitê.
Apontara que desde que assumira a secretaria, em janeiro de 2001, havia recebido uma única visita de seu presidente, Carlos Arthur Nuzman, e que pedira ""qualquer sobra [material esportivo] do Pan", porém que seu pedido foi ignorado.
""Estava chateado com essas coisas [em relação ao COB]. Mas acho importante para o desenvolvimento do esporte no país o Rio ter ganho a Olimpíada de 2016", diz Feldman.
""Dito isso, acho que se "deixar solto", se nada for feito, a tendência é mesmo tudo em termos de esporte ficar concentrado no Rio. Afinal, além de ter os equipamentos do Pan-07 e dos Jogos-16, lá também estão as sedes do COB e da CBF."
Ao ser confrontado pela reportagem da Folha com o fato de o Rio ter recebido no passado recente quase a totalidade das competições de elite de modalidades olímpicas, Feldman apresenta como contraponto eventos de esportes radicais e a virada esportiva, organizada na cidade este ano.
""É injusto dizer que São Paulo não recebe eventos esportivos de porte. No ano passado, recebemos vários. De toda forma estou instituindo "balcão de negócios" para quem quiser trazer eventos. Estamos interessados, sim", defendeu-se.
Fora dos bastidores, a Prefeitura inaugura hoje o Centro de Excelência de Medicina do Esporte, que recebeu investimento de cerca de R$ 600 mil, oriundos das secretarias de Esportes e da Saúde municipais.
O local servirá de base para 30 profissionais de todas áreas com especialidade no esporte.
""Em todas as áreas, como a ginecologia, veremos quais as implicações para os atletas e como o esporte os afeta", explica Carlos Tadeu Moreno, da Universidade Federal de São Paulo, cuja equipe de medicina do esporte coordenará o corpo clínico do centro de excelência.
""[Com o Pan e 2016], São Paulo perdeu terreno. Mas iniciativas como o centro ajudarão nesse reequilíbrio", afirma.
A Prefeitura de São Paulo prevê para o dia 25 de janeiro inauguração de uma pista classe 1 de atletismo -depende de uma certificação da Iaaf (entidade que gere o atletismo). No país, segundo a Confederação Brasileiro de Atletismo, há somente quatro (duas do Engenhão, uma em Minas, e a do Ibirapuera, já desgastada).
""Não é por causa do Pan e 2016 que tudo se resume ao Rio. São Paulo pode contribuir", diz Maria Paula Gonçalves, diretora do Centro Olímpico. ""O centro e a pista ajudarão no preparo de atletas, até fora daqui (SP), a disputar 2016."



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