São Paulo, quinta-feira, 03 de novembro de 2011

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Mapa dos cartões

Levantamento da Folha mostra que reclamação é responsável por 12% das advertências no Brasileiro e afeta mais times bem colocados da tabela, enquanto 73% das punições acontecem depois de uma falta

GUILHERME YOSHIDA

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Atitude tão comum no futebol como marcar um gol, contestar a decisão dos árbitros neste Brasileiro tem causado grande volume de punições aos jogadores.
Levantamento da Folha baseado nas justificativas dos árbitros nas súmulas dos jogos aponta que, dos 1.769 cartões mostrados até a 32ª rodada do Nacional, 12,26% (ou 217) foram por reclamação.
A revolta com o apito, que inclui atitudes como protestos com gestos, aplausos irônicos e xingamentos, afeta mais os times que figuram na parte de cima da tabela.
Um dos candidatos ao título brasileiro, o Vasco, que conta com jogadores experientes como Juninho Pernambucano, Diego Souza e Felipe, lidera a lista dos reclamões: foram 19 cartões amarelos e uma expulsão.
Internacional e Flamengo, que estão na disputa por uma vaga na Libertadores do ano que vem, ficaram atrás dos vascaínos, com 18 e 15 advertências, respectivamente.
"Estamos atentos a isso e tentamos orientar bastante os atletas a não reclamarem. Inclusive o D'Alessandro, que gesticula muito com os braços e faz o árbitro se sentir pressionado. No geral, o jogador tem de ter a consciência de quem manda no jogo", declarou Cuca Lima, diretor de futebol do Internacional.
Entre os clubes paulistas, o São Paulo é o time que joga mais "calado". Recebeu apenas cinco cartões por reclamação, um dos índices mais baixos deste Brasileiro.
Em contrapartida, o Palmeiras levou 13, três a mais do que o Corinthians e cinco a mais do que o Santos.
Discordar da arbitragem é o segundo motivo pelo qual os atletas foram mais advertidos com cartões amarelos e vermelhos neste Nacional.
As faltas (derrubar, calçar, segurar, dar tranco no adversário e até mão na bola) foram as infrações que mais fizeram os árbitros pôr a mão no bolso: 1.294 vezes, ou 73,14% dos cartões.
Com 71 amarelos e sete vermelhos, o Atlético-MG foi a equipe mais penalizada.
"Orientamos os árbitros a usar a conversa e a advertência verbal até quando der antes de mostrar o cartão.
Porém muitos jogadores já são orientados por seus técnicos a fazer o chamado antijogo", afirmou Marco Antônio Martins, presidente da Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol).
As condutas antidesportivas, justificadas nas súmulas como simulação de falta, tirar a camisa na comemoração de um gol, chutar a bola no adversário e infringir persistentemente as regras do jogo representaram 6,84% dos cartões, pouco mais dos 6,33% mostrados para os jogadores que retardaram o reinício das partidas.
Das 320 súmulas do Nacional analisadas, seis não puderam ser contabilizadas. Duas não foram preenchidas de maneira correta pelo árbitro, e as restantes devido a problemas no site oficial da CBF.


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