São Paulo, segunda-feira, 03 de dezembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Treinador do Inter vê time displicente

Abel não se conforma com repetição de pênaltis na etapa final, mas critica postura de atletas no revés no Serra Dourada

Torcida gaúcha assiste ao jogo com faixas pedindo aos atletas para "entregar" e ganha aplausos da goiana, em festa conjunta no estádio


RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A GOIÂNIA

Decisivo para o rebaixamento do Corinthians, o jogo entre Goiás e Internacional teve um clima no Serra Dourada em que tudo conspirava a favor de um bom resultado do time local.
Contribuíram para isso a postura displicente dos jogadores do Internacional, a torcida em uníssono a favor dos goianos, inclusive dos colorados, e uma decisão polêmica, porém correta, da arbitragem.
Nesse cenário, o Goiás venceu por 2 a 1 e determinou sua permanência na Série A.
Ao final, o técnico do Internacional, Abel Braga, reclamou de seus jogadores, acusando-os de displicência. Isso porque o seu time já não aspirava a nada no Brasileiro, pois já estava classificado para a Copa Sul-Americana. "Cinco jogadores meus renderam muito abaixo da crítica", disse ele, que reclamou do calor. "Foi um ano cansativo, a consciência do jogador sente isso. Mas houve displicência nos dois gols do Goiás."
Desde o início do jogo, o time gaúcho jogava em ritmo lento, priorizando toques laterais e para trás. Logo após o gol do Grêmio, no Olímpico, tocava a bola na defesa, o que levou a torcida goiana a gritar ""Inter, Inter". Certamente, não eram pressionados por sua torcida.
Torcedores do Internacional foram aplaudidos ao chegarem no Serra Dourada. Carregavam faixas com escritos como ""Entrega, Inter", "Ajude o Goiás e mande eles para o inferno" e "Vamos Goiás". Reação à perda do Brasileiro de 2005, em que erro de arbitragem tirou o título do time gaúcho em favor do Corinthians. Nem festejaram quando, aos 14min do primeiro tempo, Fernandão desviou cruzamento de cabeça e Orozco completou para o gol.
Mas os colorados fizeram sua festa, juntamente com os goianos, com o empate. Aos 31min, Élson tabelou com Fabiano, entrou na área e chutou rasteiro no canto para igualar.
O Goiás se aproveitava da falta de disposição do Inter e jogava melhor, mas tinha dificuldades para chegar ao gol com erros de finalizações. Em lance no início do segundo tempo, o lateral goiano Vitor entrou pela direita e foi derrubado na área por um zagueiro. O juiz Djalma Beltrami marcou pênalti.
Ídolo do time, Paulo Baier bateu, mas Clemer se adiantou e pegou. O auxiliar Hilton Moutinho assinalou a irregularidade, e a cobrança foi anulada. Na segunda penalidade, Clemer fez nova defesa, em novo chute de Baier. De novo, Moutinho marcou que ele se adiantou e o juiz anulou. Abalado, Baier desistiu de bater o terceiro pênalti. ""Achei que todo meu trabalho do ano seria perdido e que ficaria como vilão", disse ele, que saiu de campo aos prantos, quase sem condições de falar.
Aos 14min do segundo tempo, Élson cobrou no canto e fez o segundo gol do Goiás, para delírio de todo o estádio.
Até uma invasão de campo, que interrompeu ataque goiano, paralisou a partida. Ao final, os jogadores do Goiás ouviram o final do jogo do Corinthians em campo, juntos.
O clima amistoso entre Inter e Goiás prosseguirá hoje: Fernandão, ex-jogador do clube do Centro-Oeste, faz uma partida beneficente na qual deve rever vários dos rivais de ontem. A dupla sertaneja Bruno e Marrone é a atração da festa.


Texto Anterior: Juca Kfouri: Crônica de uma queda anunciada
Próximo Texto: Arbitragem ganha camisas do Goiás no fim
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.