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Treinador do Inter vê time displicente
Abel não se conforma com repetição de pênaltis na etapa final, mas critica postura de atletas no revés no Serra Dourada
Torcida gaúcha assiste ao
jogo com faixas pedindo aos
atletas para "entregar" e
ganha aplausos da goiana,
em festa conjunta no estádio
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A GOIÂNIA
Decisivo para o rebaixamento do Corinthians, o jogo entre
Goiás e Internacional teve um
clima no Serra Dourada em que
tudo conspirava a favor de um
bom resultado do time local.
Contribuíram para isso a
postura displicente dos jogadores do Internacional, a torcida
em uníssono a favor dos goianos, inclusive dos colorados, e
uma decisão polêmica, porém
correta, da arbitragem.
Nesse cenário, o Goiás venceu por 2 a 1 e determinou sua
permanência na Série A.
Ao final, o técnico do Internacional, Abel Braga, reclamou
de seus jogadores, acusando-os
de displicência. Isso porque o
seu time já não aspirava a nada
no Brasileiro, pois já estava
classificado para a Copa Sul-Americana. "Cinco jogadores
meus renderam muito abaixo
da crítica", disse ele, que reclamou do calor. "Foi um ano cansativo, a consciência do jogador
sente isso. Mas houve displicência nos dois gols do Goiás."
Desde o início do jogo, o time
gaúcho jogava em ritmo lento,
priorizando toques laterais e
para trás. Logo após o gol do
Grêmio, no Olímpico, tocava a
bola na defesa, o que levou a
torcida goiana a gritar ""Inter,
Inter". Certamente, não eram
pressionados por sua torcida.
Torcedores do Internacional
foram aplaudidos ao chegarem
no Serra Dourada. Carregavam
faixas com escritos como ""Entrega, Inter", "Ajude o Goiás e
mande eles para o inferno" e
"Vamos Goiás". Reação à perda
do Brasileiro de 2005, em que
erro de arbitragem tirou o título do time gaúcho em favor do
Corinthians. Nem festejaram
quando, aos 14min do primeiro
tempo, Fernandão desviou cruzamento de cabeça e Orozco
completou para o gol.
Mas os colorados fizeram sua
festa, juntamente com os goianos, com o empate. Aos 31min,
Élson tabelou com Fabiano,
entrou na área e chutou rasteiro no canto para igualar.
O Goiás se aproveitava da falta de disposição do Inter e jogava melhor, mas tinha dificuldades para chegar ao gol com erros de finalizações. Em lance
no início do segundo tempo, o
lateral goiano Vitor entrou pela
direita e foi derrubado na área
por um zagueiro. O juiz Djalma
Beltrami marcou pênalti.
Ídolo do time, Paulo Baier
bateu, mas Clemer se adiantou
e pegou. O auxiliar Hilton Moutinho assinalou a irregularidade, e a cobrança foi anulada. Na
segunda penalidade, Clemer
fez nova defesa, em novo chute
de Baier. De novo, Moutinho
marcou que ele se adiantou e o
juiz anulou. Abalado, Baier desistiu de bater o terceiro pênalti. ""Achei que todo meu trabalho do ano seria perdido e que
ficaria como vilão", disse ele,
que saiu de campo aos prantos,
quase sem condições de falar.
Aos 14min do segundo tempo, Élson cobrou no canto e fez
o segundo gol do Goiás, para
delírio de todo o estádio.
Até uma invasão de campo,
que interrompeu ataque goiano, paralisou a partida. Ao final,
os jogadores do Goiás ouviram
o final do jogo do Corinthians
em campo, juntos.
O clima amistoso entre Inter
e Goiás prosseguirá hoje: Fernandão, ex-jogador do clube do
Centro-Oeste, faz uma partida
beneficente na qual deve rever
vários dos rivais de ontem. A
dupla sertaneja Bruno e Marrone é a atração da festa.
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