São Paulo, quinta-feira, 03 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Contra apostas, Fifa pede ajuda para a Interpol

Joseph Blatter, presidente da entidade, afirma que cogita acabar com as repescagens nas próximas eliminatórias

Cartola pede desculpas à Irlanda, diz que o francês Henry está sob investigação e descarta a inclusão de mais assistentes em campo

Siphiwe Sibeko/Reuters
Garotas jogam bola na periferia da Cidade do Cabo, local do congresso da Fifa e do sorteio da Copa

DOS ENVIADOS À CIDADE DO CABO

Do congresso extraordinário que a Fifa montou para discutir polêmicos temas recentes ligados ao futebol, o que de mais importante saiu foi uma parceria com a Interpol para combater casas de apostas ilegais e a possibilidade de não haver mais repescagens em eliminatórias para a Copa do Mundo.
O presidente da máxima entidade do futebol, Joseph Blatter, anunciou após o congresso que nada será mudado em termos de arbitragem para a Copa de 2010 e que Henry está sob investigação pelo gol que classificou a França ao Mundial.
"Sobre apostas ilegais, elas estão baseadas em pequenas divisões, jogos pequenos. Teremos uma parceria com a Interpol, uma força tarefa internacional, contra as apostas ilegais", anunciou o cartola suíço.
Segundo ele, o secretário-geral da Interpol, Ronald Noble, já assegurou forte apoio no combate às apostas ilegais. A ideia é coordenar melhor a luta contra essa atividade, aproveitando a cooperação de autoridades nacionais e esportivas.
Segundo ele, serão abertas investigações para duas polêmicas recentes: os conflitos entre Argélia e Egito e a mão decisiva de Henry ante a Irlanda.
"Minhas desculpas à Irlanda. Os irlandeses são esportistas, desculpem de novo", falou Blatter, que comentou a tentativa frustrada da Irlanda de ser a 33ª seleção do Mundial.
No caso de Henry, Blatter lembrou cena de Rivaldo na Copa de 2002 contra a Turquia. "Já tivemos o caso de um jogador brasileiro que faltou com o "fair play" e que foi punido [multado] por simular contusão."
Blatter colocou as repescagens em dúvida para os próximos qualificatórios. "Tivemos problemas nesses jogos de playoffs, seja dentro da mesma confederação, como os da Uefa, seja entre confederações."
Em março, quando o Comitê Executivo se reunir outra vez, deverão ser apresentadas propostas para as próximas eliminatórias, e repescagens estão desde já sob risco de extinção.
O dirigente explicou a decisão de não incluir dois assistentes a mais nos jogos da Copa para melhorar a arbitragem.
"Ainda não foi testado devidamente o uso desses dois assistentes, que não estão preparados. Vamos continuar com os experimentos. A Copa, em 2010, terá um árbitro, dois assistentes e o quarto árbitro. Mais para a frente veremos."
"No congresso, foram discutidos o aumento de assistentes e o uso de tecnologia. Já fizemos teste com o "goal line" [a "bola inteligente']. Mas como fazer em lances de impedimento, com os puxões? O futebol é um esporte espontâneo, que tem face humana, mas não fechamos os olhos para o futuro."
Blatter elogiou a reunião de ontem porque "se falou apenas de futebol, não de política". (PAULO COBOS E RODRIGO BUENO)


Texto Anterior: Gente: Venda física é aposta por mais público
Próximo Texto: Crítico do Morumbi, Valcke vira centro das atenções
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.