São Paulo, sexta-feira, 03 de dezembro de 2010

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Grupo leva fatia de 5% de Neymar

SANTOS
Investidores "amigos" têm desconto e pagam R$ 3,5 milhões

LEONARDO LOURENÇO
DE SÃO PAULO

O Santos vendeu 5% dos direitos econômicos de Neymar, por R$ 3,5 milhões, para a Teisa (Terceira Estrela Investimentos S.A.), empresa formada por conselheiros e consultores do clube.
Mas, para chegar ao valor da fatia, o Santos desconsiderou a multa rescisória do atacante. A porcentagem teve, como referência, 30 milhões, 5 milhões a menos do que o preço estipulado para a quebra de contrato -valor que será reajustado em janeiro para 45 milhões.
Segundo o clube, levou-se em conta o valor de mercado de Neymar, estipulado por agentes Fifa e tendo como base a última proposta oficial recebida pelo atacante, de 25 milhões, do Chelsea.
"A multa rescisória firmada em contrato não reflete o preço de mercado do atleta", afirmou o Santos, em nota. O clube inglês propôs pagar a multa, mas o atacante foi seduzido por um plano de carreira de seu atual time e preferiu continuar no Brasil.
Além de Neymar, a Teisa também adquiriu 20% dos direitos de Arouca quando o Santos o comprou do São Paulo. Por essa transação, desembolsou R$ 1,7 milhão.
A Teisa é uma empresa criada neste ano com o propósito único de investir no Santos. Hoje, ela conta com um capital de cerca de R$ 16 milhões, captados com investidores santistas.
É um embrião do fundo de investimentos prometido pelo atual presidente, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro.
A empresa tem, entre seus cotistas, conselheiros e membros do Guia, grupo de empresários que auxiliam o presidente a gerir o clube.
Para Luis Alvaro, o negócio não fere interesses do Santos -seja pelo valor abaixo da multa ou pela proximidade com os investidores.
"Eles não têm objetivo de lucrar e estão dispostos a manter o Neymar", diz. "São interesses convergentes."
Ele também afirmou que essa negociação não se compara às feitas pelo ex-presidente Marcelo Teixeira, que vendeu parte dos direitos de atletas, entre eles Paulo Henrique Ganso, a grupos de investidores como a DIS.
"Ele não consultou o Conselho, vendeu pelo preço que quis e em desacordo com o valor de mercado."
No mês passado, o clube venceu ação em primeira instância na Justiça e recuperou as partes de sete jogadores vendidas para o Grupo DIS durante a gestão passada.


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