São Paulo, sexta-feira, 03 de dezembro de 2010

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MOTOR

FÁBIO SEIXAS - fabioseixas.folha@uol.com.br
@fabio_seixas


O começo do fim

AINDA VIVENDO a ressaca do fiasco de Abu Dhabi, Domenicali concedeu entrevista ao "Corriere della Sera", na semana passada, e falou de Massa. Sem rodeios.
"Todo piloto sabe que, se não consegue resultados, é o primeiro a pagar as consequências. Felipe deve encarar a próxima temporada sabendo que ela é fundamental para seu futuro. Como piloto e como homem da Ferrari", disse o dirigente.
Recado claro, cristalino.
Dois dias depois, em Valência, participando de um evento da Ferrari, Massa foi na contramão. "Não vejo o próximo ano como crucial."
Desde Arquimedes sabemos o que acontece quando dois corpos -ou discursos- vêm em sentidos opostos.

 


Massa disputava um campeonato de base de segunda linha, a F-3000 europeia, quando surgiu em Maranello como afilhado de Todt. Até por isso, caiu nas graças de Schumacher. Tornou-se uma espécie de Robin da escuderia italiana. Usufruía de uma confortável posição de aprendiz, sem pressão.
Mas Schumacher saiu.
Todt não apenas saiu como se tornou presidente da FIA. E, pelo menos publicamente, crítico feroz do modus-operandi ferrarista -ele mesmo, quem diria.
O brasileiro foi ficando.
E embora tenha feito um excelente campeonato em 2008 e brilhado em alguns momentos, principalmente por conta de sua velocidade, não brilhou o suficiente para 1) conquistar o título e 2) convencer a imprensa europeia de que merece correr numa equipe de ponta.

 


Junte a saída dos defensores e a falta de resultados à urgência de Domenicali em achar um bode expiatório...
Pronto, o cenário está montado. O rigor das declarações do chefe ao "Corriere" está explicado.
E querem saber?
Para o brasileiro, profissionalmente e pessoalmente, sair da Ferrari no fim de 2011 seria uma boa. Há histórias que precisam acabar. Massa-Ferrari já parece estar no epílogo.


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