São Paulo, domingo, 04 de janeiro de 2009

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metamorfose

Regras mudam esportes na entressafra de recordes

No início de novo ciclo olímpico, inovações ganham espaço e entram em vigor

Novidades mais expressivas são no judô, que teve nível de pontuação extinto e tempo do desempate diminuído; vôlei também tem nova cara


GIULLIANA BIANCONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Se em ano pós-olímpico faltam seletivas e quebras de recordes mundiais, sobram novas regras. Assim como em 2005, ano que sucedeu o dos Jogos de Atenas, 2009 começa com a vigência de novidades aprovadas recentemente por federações internacionais.
Há quatro anos, a natação foi um dos esportes que experimentaram mudanças importantes na ressaca olímpica. Uma delas foi a determinação de que, nas provas de revezamento, o atleta que saísse do bloco de partida antes do nadador anterior tocar na parede desclassificaria a equipe.
Não era mais permitido aos faltosos, portanto, retornar ao ponto de partida na piscina ao perceberem que haviam queimado a saída.
Agora é a vez de judocas e jogadores de vôlei se acostumarem a regras técnicas que estão valendo oficialmente desde o último dia 1º, embora já venham sendo testadas há meses.
No judô, houve até extinção de um nível de pontuação, o koka, que era anunciado pelo juiz quando um dos competidores provocava a queda do adversário sentado ou o mantinha imobilizado de 10 a 15 segundos.
A expectativa da FIJ (Federação Internacional de Judô) é que, com a eliminação do koka, possam ser vistos nos tatames mais golpes que exijam nível técnico elevado e que resultem em yukos, waza-aris e ippons, as três pontuação restantes.
Diminuição do tempo do "golden score" (o confronto de desempate) de cinco para três minutos, repescagem a partir das quartas-de-final, e não mais das semifinais, além de permissão de continuidade da luta mesmo quando um atleta estiver fora da área de combate e o outro mantiver parte do seu corpo nela, foram outras medidas implementadas.
Para o técnico brasileiro Henrique Guimarães, que acompanhou os testes das novas regras no Mundial júnior, disputado em outubro de 2008, na Tailândia, o judô está de volta "aos velhos tempos".
"Será mais prazeroso competir e assistir, pois a tendência é termos menos catadas de perna e mais golpes bem trabalhados", afirma o ex-judoca, bronze nos Jogos de Atlanta-96.
Atual campeão mundial da categoria meio-pesado, Luciano Corrêa já disputou duas competições com as novas regras. Em dezembro, em uma delas, o tradicional Torneio Jigoro Kano, obteve o bronze, o mesmo resultado de 2007.
"O fato de eu ter repetido o bronze mostra que as novas regras não vão alterar o desempenho dos atletas, até mesmo dos que, como eu, estavam acostumados a fazer coisas que agora serão punidas, como segurar a calça do adversário. É só uma questão de adaptação."
Nas quadras, também foram bem aceitas, de forma geral, as inovações feitas pela Federação Internacional de Vôlei.
A Superliga, principal competição de vôlei do país, já está utilizando as novas regras, com exceção da que permite a inscrição de dois líberos no time.
A central Carol Gattaz, da equipe do Rio, diz que as mudanças têm atingindo o objetivo delineado: "A bola fica mais tempo em jogo e torna a disputa por pontos mais acirrada".


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