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metamorfose
Regras mudam esportes na entressafra de recordes
No início de novo ciclo olímpico, inovações ganham espaço e entram em vigor
Novidades mais expressivas são no judô, que teve nível de pontuação extinto e tempo do desempate diminuído; vôlei também tem nova cara
GIULLIANA BIANCONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Se em ano pós-olímpico faltam seletivas e quebras de recordes mundiais, sobram novas
regras. Assim como em 2005,
ano que sucedeu o dos Jogos
de Atenas, 2009 começa com a
vigência de novidades aprovadas recentemente por federações internacionais.
Há quatro anos, a natação foi
um dos esportes que experimentaram mudanças importantes na ressaca olímpica.
Uma delas foi a determinação
de que, nas provas de revezamento, o atleta que saísse do
bloco de partida antes do nadador anterior tocar na parede
desclassificaria a equipe.
Não era mais permitido aos
faltosos, portanto, retornar ao
ponto de partida na piscina ao
perceberem que haviam queimado a saída.
Agora é a vez de judocas e jogadores de vôlei se acostumarem a regras técnicas que estão
valendo oficialmente desde o
último dia 1º, embora já venham sendo testadas há meses.
No judô, houve até extinção
de um nível de pontuação, o koka, que era anunciado pelo juiz
quando um dos competidores
provocava a queda do adversário sentado ou o mantinha imobilizado de 10 a 15 segundos.
A expectativa da FIJ (Federação Internacional de Judô) é
que, com a eliminação do koka,
possam ser vistos nos tatames
mais golpes que exijam nível
técnico elevado e que resultem
em yukos, waza-aris e ippons,
as três pontuação restantes.
Diminuição do tempo do
"golden score" (o confronto de
desempate) de cinco para três
minutos, repescagem a partir
das quartas-de-final, e não
mais das semifinais, além de
permissão de continuidade da
luta mesmo quando um atleta
estiver fora da área de combate
e o outro mantiver parte do seu
corpo nela, foram outras medidas implementadas.
Para o técnico brasileiro
Henrique Guimarães, que
acompanhou os testes das novas regras no Mundial júnior,
disputado em outubro de 2008,
na Tailândia, o judô está de volta "aos velhos tempos".
"Será mais prazeroso competir e assistir, pois a tendência é
termos menos catadas de perna
e mais golpes bem trabalhados", afirma o ex-judoca, bronze nos Jogos de Atlanta-96.
Atual campeão mundial da
categoria meio-pesado, Luciano Corrêa já disputou duas
competições com as novas regras. Em dezembro, em uma
delas, o tradicional Torneio Jigoro Kano, obteve o bronze, o
mesmo resultado de 2007.
"O fato de eu ter repetido o
bronze mostra que as novas regras não vão alterar o desempenho dos atletas, até mesmo dos
que, como eu, estavam acostumados a fazer coisas que agora
serão punidas, como segurar a
calça do adversário. É só uma
questão de adaptação."
Nas quadras, também foram
bem aceitas, de forma geral, as
inovações feitas pela Federação Internacional de Vôlei.
A Superliga, principal competição de vôlei do país, já está
utilizando as novas regras, com
exceção da que permite a inscrição de dois líberos no time.
A central Carol Gattaz, da
equipe do Rio, diz que as mudanças têm atingindo o objetivo delineado: "A bola fica mais
tempo em jogo e torna a disputa por pontos mais acirrada".
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