São Paulo, segunda-feira, 04 de janeiro de 2010

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Corinthians abre ano do centenário com plano B

Roberto Carlos chega hoje com o status e a festa que seriam dados a Riquelme

Lateral-esquerdo, que fará 37 anos em abril, será alvo das principais campanhas de marketing da equipe paulista, junto com Ronaldo

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAl

A contratação de Ronaldo, no fim de 2008, caiu como uma bomba bem no meio do futebol brasileiro. Mesmo sem a certeza de que o atacante faria o que acabou fazendo -golaços, que ajudaram o time a ganhar títulos-, só a chegada do Fenômeno causou impacto gigantesco.
Um ano depois, o Corinthians queria fazer o mesmo. O ano do centenário, planejava a diretoria, seria capitaneado por um craque incontestável, de relevância mundial, com carreira consolidada e cheia de títulos.
Riquelme e até Ronaldinho foram os sonhos (com tentativas concretas de negociação) para ocupar tal vaga de destaque, ao lado de Ronaldo. Mas, sem conseguir nenhum dos dois, o clube apostou em Roberto Carlos -que, a despeito de também preencher os requisitos citados, já está mais perto do fim que do auge da carreira.
É para ele que hoje, no Parque São Jorge, a diretoria corintiana armou uma festa tão grande como a realizada para a apresentação do maior artilheiro das Copas do Mundo.
Tudo o que se espera de uma apresentação à europeia está programado: entrada em campo para receber do presidente a camisa do time com o número 6 e o nome do lateral nas costas, palco montado para embaixadinhas, microfone à disposição para que o veterano declare suas primeiras palavras como corintiano e para os corintianos -as arquibancadas da Fazendinha estarão liberadas.
Até a primeira entrevista coletiva de Roberto Carlos fará parte do espetáculo. Ela está programada para ser feita no gramado e acompanhada por torcedores e conselheiros. O plano só mudará caso chova durante a festa corintiana.
Desde que anunciou a contratação do ex-titular da lateral esquerda da seleção, o Corinthians tem feito um grande esforço para que ele seja recebido pela torcida com o mesmo entusiasmo com que Ronaldo foi, na tentativa de transformá-lo em um ídolo instantâneo.
E, por consequência, em alguém com grande potencial de exploração de marketing.
Andres Sanchez, presidente do Corinthians, declarou que Roberto Carlos é "a maior contratação do futebol brasileiro".
Para o atleta, que em abril completará 37 anos, a volta ao Brasil depois de 15 anos jogando fora do país servirá também para tentar uma reconciliação com parte da torcida brasileira.
A última imagem de recordação nacional dele é o jogo em que o Brasil foi eliminado pela França, na Copa de 2006. Roberto Carlos entrou para o imaginário popular como culpado pelo gol de Henry, a quem deveria marcar -em vez disso, ele estava "arrumando a meia".
Ainda é uma incógnita se a aposta do Corinthians dará certo e Roberto Carlos conseguirá refazer o caminho de Ronaldo no Corinthians, conquistar a torcida com boas atuações e turbinar os negócios conduzidos pelo departamento de marketing, mas, ao menos nos moldes do acordo, o lateral terá tratamento igual ao do atacante.
O lateral-esquerdo ganhará R$ 200 mil mensais -o segundo maior salário do elenco, só atrás do pago ao Fenômeno.
Antes de fechar com o Corinthians, Roberto Carlos negociou com o Santos, time em que dizia querer encerrar a carreira. A proposta santista era mais alta, mas o acordo não foi selado porque Marcelo Teixeira não foi reeleito presidente.


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