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Corinthians abre ano do centenário com plano B
Roberto Carlos chega hoje com o status e a festa que seriam dados a Riquelme
Lateral-esquerdo, que fará 37 anos em abril, será alvo das principais campanhas de marketing da equipe
paulista, junto com Ronaldo
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAl
A contratação de Ronaldo, no
fim de 2008, caiu como uma
bomba bem no meio do futebol
brasileiro. Mesmo sem a certeza de que o atacante faria o que
acabou fazendo -golaços, que
ajudaram o time a ganhar títulos-, só a chegada do Fenômeno causou impacto gigantesco.
Um ano depois, o Corinthians queria fazer o mesmo. O
ano do centenário, planejava a
diretoria, seria capitaneado por
um craque incontestável, de relevância mundial, com carreira
consolidada e cheia de títulos.
Riquelme e até Ronaldinho
foram os sonhos (com tentativas concretas de negociação)
para ocupar tal vaga de destaque, ao lado de Ronaldo. Mas,
sem conseguir nenhum dos
dois, o clube apostou em Roberto Carlos -que, a despeito
de também preencher os requisitos citados, já está mais perto
do fim que do auge da carreira.
É para ele que hoje, no Parque São Jorge, a diretoria corintiana armou uma festa tão
grande como a realizada para a
apresentação do maior artilheiro das Copas do Mundo.
Tudo o que se espera de uma
apresentação à europeia está
programado: entrada em campo para receber do presidente a
camisa do time com o número 6
e o nome do lateral nas costas,
palco montado para embaixadinhas, microfone à disposição
para que o veterano declare
suas primeiras palavras como
corintiano e para os corintianos -as arquibancadas da Fazendinha estarão liberadas.
Até a primeira entrevista coletiva de Roberto Carlos fará
parte do espetáculo. Ela está
programada para ser feita no
gramado e acompanhada por
torcedores e conselheiros. O
plano só mudará caso chova
durante a festa corintiana.
Desde que anunciou a contratação do ex-titular da lateral
esquerda da seleção, o Corinthians tem feito um grande esforço para que ele seja recebido
pela torcida com o mesmo entusiasmo com que Ronaldo foi,
na tentativa de transformá-lo
em um ídolo instantâneo.
E, por consequência, em alguém com grande potencial de
exploração de marketing.
Andres Sanchez, presidente
do Corinthians, declarou que
Roberto Carlos é "a maior contratação do futebol brasileiro".
Para o atleta, que em abril
completará 37 anos, a volta ao
Brasil depois de 15 anos jogando fora do país servirá também
para tentar uma reconciliação
com parte da torcida brasileira.
A última imagem de recordação nacional dele é o jogo em
que o Brasil foi eliminado pela
França, na Copa de 2006. Roberto Carlos entrou para o imaginário popular como culpado
pelo gol de Henry, a quem deveria marcar -em vez disso, ele
estava "arrumando a meia".
Ainda é uma incógnita se a
aposta do Corinthians dará certo e Roberto Carlos conseguirá
refazer o caminho de Ronaldo
no Corinthians, conquistar a
torcida com boas atuações e
turbinar os negócios conduzidos pelo departamento de marketing, mas, ao menos nos moldes do acordo, o lateral terá tratamento igual ao do atacante.
O lateral-esquerdo ganhará
R$ 200 mil mensais -o segundo maior salário do elenco, só
atrás do pago ao Fenômeno.
Antes de fechar com o Corinthians, Roberto Carlos negociou com o Santos, time em que
dizia querer encerrar a carreira. A proposta santista era mais
alta, mas o acordo não foi selado porque Marcelo Teixeira
não foi reeleito presidente.
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