São Paulo, terça-feira, 04 de janeiro de 2011

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Copa SP tem início hoje sob críticas

JUNIORES Para clubes, mudança no regulamento atrapalha formação

THIAGO BRAGA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Desde que teve seu regulamento alterado e reduziu a idade dos jogadores de 20 para 18 anos, a Copa São Paulo, que tem o seu início hoje, passou a enfrentar mais críticas por parte dos clubes.
A maior delas é o fato de que alguns jogadores, que são destaques no time júnior, mas ainda não estão prontos para o time profissional, não podem disputar a competição. Com isso, perdem tempo de maturação, retardando sua formação como atleta.
Uma das referências quando se fala em categorias de base no Brasil -em 2010, a equipe conquistou oito títulos entre sub-15, sub-17 e sub--20-, o Atlético-MG faz ressalvas à Copinha.
Para o coordenador da base do clube, André Figueiredo, o torneio não é mais um referencial para a categoria.
"Minha crítica é desde que mudou o regulamento [em 2007]. Tem atleta de 18 anos que se destaca, mas não está maduro para o profissional. Só os fenômenos estão. Nem todos são como o Neymar", afirma o dirigente.
Para ele, esse fato impede que mais jogadores saiam do tradicional torneio com mais visibilidade e prejudica a competição, porque já faz algum tempo que há a sensação de que a Copa São Paulo não revela grandes craques.
Uma possível saída para aproveitar melhor esses jogadores é observar o Internacional, que os utiliza na sua equipe B. Como o Inter lutará pelo tricampeonato da Libertadores neste ano, essa equipe será utilizada no Campeonato Gaúcho-2011.
Para Jorge Macedo, que coordena a base do clube gaúcho, a Copinha deveria rever a questão da idade.
"Alguns atletas não conseguem jogar a competição, ou porque estouraram a idade ou porque se machucaram. E é um torneio importante na formação deles", diz ele.
Campeão do Brasileiro sub-20 recentemente, o Cruzeiro joga luz sobre a discussão e defende a unificação da idade nas competições de juniores do país. Com isso, Copa São Paulo, Taça BH e Brasileiro sub-20, três das competições mais importantes das categorias de base, teriam o mesmo regulamento.
"Assim, seria possível ter um padrão de trabalho", afirma Roger Galvão, diretor-adjunto da base do Cruzeiro.
Artilheiro e grande destaque da equipe mineira na conquista nacional, há um mês, o atacante Thiaguinho, 19, não pode jogar a Copinha por causa da idade.
O técnico Cuca já solicitou que ele se apresente ao elenco profissional. Lá, o jovem atacante enfrentará a concorrência de Thiago Ribeiro, Farías e Wellington Paulista por uma vaga de titular.
Para Roger Galvão, mesmo com essa limitação, a Copinha ainda é parâmetro e sempre revelará talentos. "O que não pode acontecer é basear o seu trabalho na Copa São Paulo", afirma o dirigente.


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