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Torneio começa com clubes do país em grupos com rivais que jogam bem longe do nível do mar
Libertadores vê Brasil x altitude
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Um velho fantasma que costuma assombrar o futebol brasileiro
está no caminho dos clubes do
país na Libertadores-2003, que
começa hoje com o Grêmio recebendo os mexicanos do Pumas.
Cinco dos seis clubes inscritos
na competição sediados em cidades com altitude superior a 2.200
m estão concentrados nas três
chaves ocupadas por Corinthians,
Grêmio e Santos. Só o Paysandu,
que participa do principal campeonato sul-americano pela primeira vez, não terá que "subir a
serra" na primeira fase.
A situação mais delicada será vivida por Grêmio e Corinthians.
Os dois clubes irão fazer roteiro
idêntico na altitude, tendo que jogar na Cidade do México (2.200
m) e em La Paz (3.600 m).
Já o Santos de Diego e Robinho
pegará o Nacional do Equador em
Quito, cidade que está a 2.850 m
acima do nível do mar.
Historicamente, tanto a seleção
brasileira quanto os clubes locais
costumam sofrer quando jogam
em grandes altitudes.
A Libertadores-2000, que teve
um cenário parecido com o atual,
é prova disso. Naquele ano, os
clubes do Brasil fizeram oito jogos
na primeira fase em cidades com
mais de 2.200 m de altura.
Os resultados foram trágicos.
Nos oito confrontos, foram sete
derrotas, algumas delas para rivais insignificantes, como o The
Strongest, que bateu Palmeiras e
Juventude, e o Bolívar, que goleou
o Atlético-MG por 4 a 0.
Nas últimas eliminatórias para a
Copa do Mundo, foi a vez de a seleção sofrer. Nas três cidades mais
altas em que jogou, o time nacional não venceu -empatou com a
Colômbia, em Bogotá, e perdeu
para o Equador, em Quito, e para
a Bolívia, em La Paz.
Os argentinos, que também costumam sofrer em grandes altitudes, tiveram mais sorte no sorteio
das chaves da Libertadores.
Dos quatro clubes do país, que
tem os maiores rivais dos brasileiros, três não irão jogar em localidades com ar rarefeito.
Para "driblar" a altitude, os clubes brasileiros não terão muitas
armas. A tática de chegar com semanas de antecedência ao local é
impossível de ser realizada pelo
calendário apertado.
Assim, na maioria dos casos, a
opção será chegar em cima da hora, a fim de amenizar o mal-estar
causado por esse tipo de situação.
Na pré-temporada, a altitude
também foi motivo de preocupação. O Corinthians, por exemplo,
priorizou longas corridas para
que os atletas ganhassem fôlego.
Se pode sofrer pela localização
geográfica dos adversários, o futebol brasileiro terá a vantagem de
jogar com rivais sem muita tradição na Libertadores.
Com exceção do Grêmio, que
irá medir forças com o Peñarol,
nenhuma outra agremiação do
país irá jogar na primeira fase
com um rival que já conquistou o
principal título sul-americano.
NA TV - Grêmio x Pumas, ao
vivo, na Fox, às 21h10
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