UOL


São Paulo, terça-feira, 04 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Torneio começa com clubes do país em grupos com rivais que jogam bem longe do nível do mar

Libertadores vê Brasil x altitude

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um velho fantasma que costuma assombrar o futebol brasileiro está no caminho dos clubes do país na Libertadores-2003, que começa hoje com o Grêmio recebendo os mexicanos do Pumas.
Cinco dos seis clubes inscritos na competição sediados em cidades com altitude superior a 2.200 m estão concentrados nas três chaves ocupadas por Corinthians, Grêmio e Santos. Só o Paysandu, que participa do principal campeonato sul-americano pela primeira vez, não terá que "subir a serra" na primeira fase.
A situação mais delicada será vivida por Grêmio e Corinthians. Os dois clubes irão fazer roteiro idêntico na altitude, tendo que jogar na Cidade do México (2.200 m) e em La Paz (3.600 m).
Já o Santos de Diego e Robinho pegará o Nacional do Equador em Quito, cidade que está a 2.850 m acima do nível do mar.
Historicamente, tanto a seleção brasileira quanto os clubes locais costumam sofrer quando jogam em grandes altitudes.
A Libertadores-2000, que teve um cenário parecido com o atual, é prova disso. Naquele ano, os clubes do Brasil fizeram oito jogos na primeira fase em cidades com mais de 2.200 m de altura.
Os resultados foram trágicos. Nos oito confrontos, foram sete derrotas, algumas delas para rivais insignificantes, como o The Strongest, que bateu Palmeiras e Juventude, e o Bolívar, que goleou o Atlético-MG por 4 a 0.
Nas últimas eliminatórias para a Copa do Mundo, foi a vez de a seleção sofrer. Nas três cidades mais altas em que jogou, o time nacional não venceu -empatou com a Colômbia, em Bogotá, e perdeu para o Equador, em Quito, e para a Bolívia, em La Paz.
Os argentinos, que também costumam sofrer em grandes altitudes, tiveram mais sorte no sorteio das chaves da Libertadores.
Dos quatro clubes do país, que tem os maiores rivais dos brasileiros, três não irão jogar em localidades com ar rarefeito.
Para "driblar" a altitude, os clubes brasileiros não terão muitas armas. A tática de chegar com semanas de antecedência ao local é impossível de ser realizada pelo calendário apertado.
Assim, na maioria dos casos, a opção será chegar em cima da hora, a fim de amenizar o mal-estar causado por esse tipo de situação.
Na pré-temporada, a altitude também foi motivo de preocupação. O Corinthians, por exemplo, priorizou longas corridas para que os atletas ganhassem fôlego.
Se pode sofrer pela localização geográfica dos adversários, o futebol brasileiro terá a vantagem de jogar com rivais sem muita tradição na Libertadores.
Com exceção do Grêmio, que irá medir forças com o Peñarol, nenhuma outra agremiação do país irá jogar na primeira fase com um rival que já conquistou o principal título sul-americano.


NA TV - Grêmio x Pumas, ao vivo, na Fox, às 21h10


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Memória: Após domínio nos anos 90, país vive "seca"
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.