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São Paulo "eclipsa" Juventus e vira líder
Muricy não poupa titulares e equipe vence com facilidade no Pacaembu
Juventus 0
São Paulo 2
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A diferença entre Juventus e
São Paulo é enorme, todos sabem. Mas poucas vezes isso ficou tão evidente como ontem,
no simples 2 a 0 no Pacaembu
que deixou o time do Morumbi
na liderança do Paulista, pelo
menos até o jogo do Santos.
O mando era do Juventus,
mas quase 13 mil são-paulinos
encheram o estádio que leva o
nome de um tricolor histórico:
Paulo Machado de Carvalho.
Normal. O São Paulo já estava
na zona de classificação, e o Juventus já figurava na zona do
descenso. Também normal.
O árbitro Wilson Luiz Seneme, se prejudicou alguém, foi o
Juventus. Não deveria ser normal, mas é. A federação, que
não deixa o Juventus ser campeão do interior, vê o São Paulo
disputar o próximo jogo de novo na capital, contra o Guaratinguetá -nas últimas dez rodadas, o time só saiu de sua cidade três vezes, para perto. Não
deveria ser normal, mas é.
Para quem acha que tudo favorece o São Paulo, tem mais: a
equipe da zona sul contabiliza
agora 31 partidas de invencibilidade (26 jogos e cinco amistosos). O time da Móoca já conta
com cinco jogos sem vitória no
Estadual -o São Paulo não perde pelo torneio há 17 partidas.
Em campo, Muricy Ramalho
poderia poupar titulares, como
Rogério, que se queixava de dores. Mandou força máxima. No
banco, Bosco, Edcarlos, Jadílson (Júnior virou titular de novo), Lenílson e Marcel, sonhos
que o Juventus nem pode ter.
A bola rola e só dá São Paulo.
O Juventus se encolhe, normal,
e resiste como pode. Aos
24min, após um pênalti em que
o juiz viu intenção na mão do
zagueiro Renato, Rogério bate,
Deola salta, e a bola explode no
travessão. Aos 30min, o árbitro
expulsa Reginaldo (vermelho
direto por atingir Leandro).
A torcida do São Paulo, "mal-acostumada" com vitórias e títulos, cresce. Mas o gol não sai.
A torcida do Juventus, "mal-acostumada com travessuras"
como a do 1 a 0 no Morumbi no
Paulista passado, cresce. Em
vez de provocar os juventinos,
os são-paulinos gozam os corintianos com o coro da moda.
Como ontem foi dia de eclipse, talvez algo anormal acontecesse. Mas aos 46min, em um
lance em que alguns juventinos
reclamaram de impedimento,
Hugo recebeu de Souza na área
e tocou na saída de Deola.
"Estava de lado e não sei se
estava impedido. Mas temos
que aproveitar. Estamos muito
desgastados", falou Hugo.
Talvez por ter falado isso,
deu lugar para Lenílson no segundo tempo. O Juventus mal
passava do meio-campo. Numa
das poucas vezes que conseguiu, viu Miranda ser expulso
por interromper contra-ataque. Mas as coisas ainda não estavam iguais em campo.
Por pouco não ficaram quando Léo Mineiro driblou Rogério e foi travado quando o gol
são-paulino estava vazio. E de
vez não ficaram quando Souza
bateu falta na cabeça de Alex
Silva aos 37min. O segundo gol
são-paulino matou um jogo que
parecia morto antes do início.
Se o Juventus for rebaixado,
talvez só reencontre o São Paulo em outro eclipse. Para ficar
de novo na sombra do grande.
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