São Paulo, domingo, 04 de março de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

São Paulo "eclipsa" Juventus e vira líder

Muricy não poupa titulares e equipe vence com facilidade no Pacaembu

Juventus 0
São Paulo 2

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A diferença entre Juventus e São Paulo é enorme, todos sabem. Mas poucas vezes isso ficou tão evidente como ontem, no simples 2 a 0 no Pacaembu que deixou o time do Morumbi na liderança do Paulista, pelo menos até o jogo do Santos.
O mando era do Juventus, mas quase 13 mil são-paulinos encheram o estádio que leva o nome de um tricolor histórico: Paulo Machado de Carvalho. Normal. O São Paulo já estava na zona de classificação, e o Juventus já figurava na zona do descenso. Também normal.
O árbitro Wilson Luiz Seneme, se prejudicou alguém, foi o Juventus. Não deveria ser normal, mas é. A federação, que não deixa o Juventus ser campeão do interior, vê o São Paulo disputar o próximo jogo de novo na capital, contra o Guaratinguetá -nas últimas dez rodadas, o time só saiu de sua cidade três vezes, para perto. Não deveria ser normal, mas é.
Para quem acha que tudo favorece o São Paulo, tem mais: a equipe da zona sul contabiliza agora 31 partidas de invencibilidade (26 jogos e cinco amistosos). O time da Móoca já conta com cinco jogos sem vitória no Estadual -o São Paulo não perde pelo torneio há 17 partidas.
Em campo, Muricy Ramalho poderia poupar titulares, como Rogério, que se queixava de dores. Mandou força máxima. No banco, Bosco, Edcarlos, Jadílson (Júnior virou titular de novo), Lenílson e Marcel, sonhos que o Juventus nem pode ter.
A bola rola e só dá São Paulo. O Juventus se encolhe, normal, e resiste como pode. Aos 24min, após um pênalti em que o juiz viu intenção na mão do zagueiro Renato, Rogério bate, Deola salta, e a bola explode no travessão. Aos 30min, o árbitro expulsa Reginaldo (vermelho direto por atingir Leandro).
A torcida do São Paulo, "mal-acostumada" com vitórias e títulos, cresce. Mas o gol não sai. A torcida do Juventus, "mal-acostumada com travessuras" como a do 1 a 0 no Morumbi no Paulista passado, cresce. Em vez de provocar os juventinos, os são-paulinos gozam os corintianos com o coro da moda.
Como ontem foi dia de eclipse, talvez algo anormal acontecesse. Mas aos 46min, em um lance em que alguns juventinos reclamaram de impedimento, Hugo recebeu de Souza na área e tocou na saída de Deola.
"Estava de lado e não sei se estava impedido. Mas temos que aproveitar. Estamos muito desgastados", falou Hugo.
Talvez por ter falado isso, deu lugar para Lenílson no segundo tempo. O Juventus mal passava do meio-campo. Numa das poucas vezes que conseguiu, viu Miranda ser expulso por interromper contra-ataque. Mas as coisas ainda não estavam iguais em campo.
Por pouco não ficaram quando Léo Mineiro driblou Rogério e foi travado quando o gol são-paulino estava vazio. E de vez não ficaram quando Souza bateu falta na cabeça de Alex Silva aos 37min. O segundo gol são-paulino matou um jogo que parecia morto antes do início.
Se o Juventus for rebaixado, talvez só reencontre o São Paulo em outro eclipse. Para ficar de novo na sombra do grande.


Texto Anterior: Judô: Derly ganha ouro, e Guilheiro, prata
Próximo Texto: Novo rei: Alex Silva confirma ser artilheiro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.