|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
jaula aberta
Leão sai, mas R$ 1,5 milhão mais rico
Após 7 meses, Corinthians demite treinador que montou o time mais caro da era MSI e que receberá bolada por rescisão
Renato Duprat, cartola que
manda no futebol do clube,
disse que saída foi inevitável
e pede 14 dias para trazer
novo técnico, "de ponta"
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Sete meses, 18 dias e uma extensa lista de confusões depois,
Emerson Leão foi demitido do
Corinthians ontem de manhã.
O treinador, que tinha vínculo até agosto de 2008, porém,
não sairá de mãos vazias. Vai
receber cerca de R$ 1,5 milhão,
referentes a encargos trabalhistas, multa por quebra contratual, além de um mês de direito de imagem atrasado.
Os valores foram definidos
ontem, mas hoje haverá nova
reunião para definir a forma de
pagamento ao técnico. Contando ainda os meses em que trabalhou no clube, ele amealhou
cerca de R$ 6 milhões.
Com a saída de Leão, o clube
agora procura um substituto. O
homem forte do futebol, Renato Duprat, pediu duas semanas
para definir o técnico, que, segundo ele, será "de ponta".
"Ainda não procuramos ninguém. Não vamos contratar nenhum técnico que esteja em time. Vamos analisar comissões
técnicas que estão no exterior e
também aqui no Brasil", disse.
O nome preferido de cartolas
corintianos é o de Abel Braga,
do Internacional. Vanderlei
Luxemburgo também será procurado, mas só deve aceitar
conversar após a Libertadores.
Outra corrente corintiana
defende que o clube ofereça a
Muricy Ramalho o dobro do
que ele ganha no São Paulo.
Enquanto não define o substituto, o Corinthians vai promover interinamente um técnico das categorias amadoras
para treinar o time principal.
José Augusto, do time sub-17,
deve assumir os profissionais.
Leão é o sétimo técnico a
perder o emprego na era MSI,
que teve início em 2005. Nesse
período, ele foi quem mais
tempo comandou o clube.
Também foi, de longe, o mais
caro. Seu salário, de R$ 500 mil
mensais, pesou para a decisão
de demiti-lo. Ele dirigiu a equipe em 46 partidas, com 22 vitórias, 13 empates e 11 derrotas
(57,2% de aproveitamento).
No tempo em que esteve à
frente do time, Leão colecionou
fracassos e inimizades -deixa
o Parque São Jorge com a imagem arranhada. Foi bastante
criticado por não conseguir dar
um padrão tático à equipe. "Foi
o trabalho mais difícil da minha
vida, o mais arriscado", falou.
Após café da manhã com Duprat, Leão foi ao clube para dar
adeus aos atletas e falar com a
imprensa. "Quando alguém sai
tem de deixar as portas abertas,
ou ao menos as janelas."
Ao iniciar seu trabalho, ele
recebeu carta-branca do presidente Alberto Dualib e logo iniciou guerra declarada contra a
MSI. Em pouco tempo, afastou
do clube Tevez, Mascherano,
Carlos Alberto e outros atletas
ligados à parceira do clube.
Conseguiu livrar o time do
rebaixamento no Brasileiro,
porém terminou somente na
nona posição. Neste ano, chegou a prometer títulos, mas
montou equipe com atletas de
segunda linha, foi eliminado do
Paulista-07 e não conseguiu reduzir o alto custo do futebol.
Como revelou a Folha ontem, o time de Leão, neste Paulista, custou mais (R$ 3,3 milhões/mês) do que o time de
Kia Joorabchian campeão brasileiro em 2005 (R$ 3,1 milhões). "A pressão era muito
grande, e tivemos de demitir o
Leão para fazer uma correção
de rotas", resumiu Duprat.
Colaborou RICARDO PERRONE, do Painel FC
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Movimento: Opositor quer saída de Duprat Índice
|