São Paulo, sábado, 04 de abril de 2009

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MOTOR

Quando a F-1 é ridícula


Hermetismo do regulamento e facilidade de decidir GPs no tapetão atrapalham quem tenta entender a categoria



FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

"A F-1 É o esporte mais ridículo do mundo?" A pergunta/provocação abre o artigo do jornalista Stephen Moss na edição de ontem do "Guardian".
Moss -nenhum parentesco com Stirling- é especialista em críquete, assiste eventualmente aos GPs, não é especialista ou fã alucinado de F-1, portanto. Mas se empolgou tanto com o fim do último Mundial e com as novidades da pré-temporada que acordou às 7h do domingo passado, nos 2C da primavera londrina, para ver o GP da Austrália.
Empolgou-se com Button, vibrou com o quarto lugar de Hamilton, saiu de casa imaginando que Trulli era o terceiro colocado na prova. Daí, no mesmo dia, descobriu que Trulli havia sido punido, despencado para 12º e que Hamilton subira para terceiro. Daí, horas mais tarde, leu que a Toyota apelaria -Hamilton poderia perder a posição. Daí, três dias depois, soube que os japoneses desistiriam do recurso -Hamilton ficaria mesmo em terceiro. Daí, no dia seguinte, viu que Hamilton havia sido desclassificado e que o italiano era, de novo, o terceiro. O motivo, em suas palavras, a polêmica de uma "impenetrável regra de ultrapassagem" com safety car. Daí, enfim, a pergunta que faz no título de sua coluna e que abre esta.
A resposta deste colega de além- -mar: não, o curling nasceu para isso. Mas há momentos em que a F-1, sim, supera o embate de vassourinhas no gelo. Como nesta semana. A começar pela tal impenetrabilidade: nem as equipes entendem o esporte tantas as exceções dos três regulamentos -Esportivo, Técnico e Código Internacional. Isso ficou claro na transcrição do diálogo entre McLaren e Hamilton na Austrália.
A continuar pelas possibilidades abertas para tantos resultados serem decididos no tapetão. Pelas rixas políticas que se escoram tão bem nessas brechas. E segue... Até a proibição dos seus vídeos no YouTube. Quando fica só na pista, quando vence quem chegou na frente, quando surgem novidades revolucionárias, é um baita esporte. Como achamos que seria domingo passado. Como esperamos que seja amanhã.


Depois do ano da reunificação, a Indy parte agora para a busca da consolidação. Castro Neves, que se defende das acusações de fraude contra o fisco americano, não inicia a temporada amanhã, nas ruas de St. Petersburg. Por motivos diferentes, duas batalhas quase impossíveis, a da categoria e a do piloto.

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Carro que pega fogo, capôs que voam com qualquer tapinha na pista, trocas de pneus vetadas por falta de treinamento dos mecânicos. É isso o que acontece quando uma categoria decide fazer uma corrida com modelos novos, sem testes. Só a direção da Stock Car não sabia...

fabio.seixas@grupofolha.com.br


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