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Com estratégia à la NBA, Brasília quebra recordes
Time ostenta marcas de invencibilidade e de público no Nacional de basquete
Invicta há 20 jogos, equipe põe 24.286 pessoas em seu ginásio em um duelo da 1ª fase da competição e mais do que dobra marca anterior
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Com algumas fórmulas copiadas da NBA, o Brasília se tornou, nesta semana, o recordista
de público da história do Nacional masculino de basquete.
O time, há 20 jogos sem perder no torneio, aproveitou o feriado de Dia do Trabalho, na
terça, e o apelo de enfrentar o
Flamengo para pôr 24.286 pessoas no ginásio Nilson Nelson.
"Só tinha visto público assim
na NBA. O time até ficou meio
ansioso no início do jogo, mas
vencemos", atesta o ala Alex,
com passagens por San Antonio e New Orleans na principal
liga de basquete do planeta.
Em Nacionais, a marca anterior era do Vasco desde 1999. O
clube levou 11.831 torcedores
ao duelo com o Franca, que decidiu o título daquele ano.
Agora, o Brasília aumentou
esse público em 105,3%. E em
um jogo válido pela fase de classificação. O feito é mais surpreendente se comparado aos
números do vôlei no Estado.
O Brasília, eliminado nas
quartas-de-final da Superliga
feminina, levou 2.225 testemunhas em seu jogo com maior lotação. Já o primeiro duelo da
decisão do Paulista de futebol,
entre Santos e São Caetano, levou 32.136 ao Morumbi -só
40% da capacidade do estádio.
Para conquistar tanta gente,
o Brasília seguiu algumas estratégias. A primeira foi repatriar
atletas nativos do DF para facilitar a identificação da torcida.
É o caso de Arthur e Pipoka.
Para dirigir o elenco, a diretoria afastou forasteiros medalhões e apostou no desconhecido José Carlos Vidal, o Zé Galinha, estreante em Nacionais.
"Além da qualidade técnica, o
segredo do nosso sucesso é a
união. Todos entendem que
têm papel importante na equipe", explica Zé Galinha, cujos
comandados enfrentam hoje o
Uberlândia, fora de casa.
Ainda assim, a torcida desconfiava do time, que surgiu em
2002 e sempre teve elencos estelares e fracassos retumbantes. Por isso, os jogos inicialmente foram programados para o ginásio da Asceb, com capacidade para 3.000 pessoas.
As seguidas vitórias foram
atraindo o público. Em abril, a
equipe quebrou o recorde de
invencibilidade do Nacional,
que pertencia ao Rio de Janeiro
havia dois anos -17 partidas.
Era hora de alçar vôos mais
altos. Com apoio do governo do
DF, o clube obteve a cessão do
ginásio Nilson Nelson, com 25
mil lugares, só para o basquete
-será usado até o fim do Nacional. A animação é tanta, que o
Estado já decidiu importar um
piso flutuante, o mais moderno, para revestir a quadra.
"Para o primeiro jogo no Nilson Nelson, seguimos o exemplo da NBA e pusemos cadeiras
dentro da quadra, dando ao público a experiência de vivenciar
o jogo perto dos ídolos", afirma
o supervisor Ricardo Oliveira.
Outra idéia copiada da liga
americana foi a programação
de atividades extraquadra. Os
jogadores fazem visitas periódicas a projetos sociais e ONGs.
Como retorno, no último jogo, as secretarias de Esporte e
Justiça cederam 26 ônibus para buscar torcedores nas cidades-satélite em creches e programas mantidos pelo governo.
"As entradas para o anel superior foram vendidas em troca
de um quilo de alimento. Arrecadamos cerca de dez toneladas e distribuímos a instituições de caridade", conta Jorge
Bastos, diretor do Brasília.
NA TV - Uberlândia x Brasília
Sportv, ao vivo, às 20h30
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