São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2007

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Com estratégia à la NBA, Brasília quebra recordes

Time ostenta marcas de invencibilidade e de público no Nacional de basquete

Invicta há 20 jogos, equipe põe 24.286 pessoas em seu ginásio em um duelo da 1ª fase da competição e mais do que dobra marca anterior


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com algumas fórmulas copiadas da NBA, o Brasília se tornou, nesta semana, o recordista de público da história do Nacional masculino de basquete.
O time, há 20 jogos sem perder no torneio, aproveitou o feriado de Dia do Trabalho, na terça, e o apelo de enfrentar o Flamengo para pôr 24.286 pessoas no ginásio Nilson Nelson.
"Só tinha visto público assim na NBA. O time até ficou meio ansioso no início do jogo, mas vencemos", atesta o ala Alex, com passagens por San Antonio e New Orleans na principal liga de basquete do planeta.
Em Nacionais, a marca anterior era do Vasco desde 1999. O clube levou 11.831 torcedores ao duelo com o Franca, que decidiu o título daquele ano.
Agora, o Brasília aumentou esse público em 105,3%. E em um jogo válido pela fase de classificação. O feito é mais surpreendente se comparado aos números do vôlei no Estado.
O Brasília, eliminado nas quartas-de-final da Superliga feminina, levou 2.225 testemunhas em seu jogo com maior lotação. Já o primeiro duelo da decisão do Paulista de futebol, entre Santos e São Caetano, levou 32.136 ao Morumbi -só 40% da capacidade do estádio.
Para conquistar tanta gente, o Brasília seguiu algumas estratégias. A primeira foi repatriar atletas nativos do DF para facilitar a identificação da torcida. É o caso de Arthur e Pipoka.
Para dirigir o elenco, a diretoria afastou forasteiros medalhões e apostou no desconhecido José Carlos Vidal, o Zé Galinha, estreante em Nacionais.
"Além da qualidade técnica, o segredo do nosso sucesso é a união. Todos entendem que têm papel importante na equipe", explica Zé Galinha, cujos comandados enfrentam hoje o Uberlândia, fora de casa.
Ainda assim, a torcida desconfiava do time, que surgiu em 2002 e sempre teve elencos estelares e fracassos retumbantes. Por isso, os jogos inicialmente foram programados para o ginásio da Asceb, com capacidade para 3.000 pessoas.
As seguidas vitórias foram atraindo o público. Em abril, a equipe quebrou o recorde de invencibilidade do Nacional, que pertencia ao Rio de Janeiro havia dois anos -17 partidas.
Era hora de alçar vôos mais altos. Com apoio do governo do DF, o clube obteve a cessão do ginásio Nilson Nelson, com 25 mil lugares, só para o basquete -será usado até o fim do Nacional. A animação é tanta, que o Estado já decidiu importar um piso flutuante, o mais moderno, para revestir a quadra.
"Para o primeiro jogo no Nilson Nelson, seguimos o exemplo da NBA e pusemos cadeiras dentro da quadra, dando ao público a experiência de vivenciar o jogo perto dos ídolos", afirma o supervisor Ricardo Oliveira.
Outra idéia copiada da liga americana foi a programação de atividades extraquadra. Os jogadores fazem visitas periódicas a projetos sociais e ONGs.
Como retorno, no último jogo, as secretarias de Esporte e Justiça cederam 26 ônibus para buscar torcedores nas cidades-satélite em creches e programas mantidos pelo governo.
"As entradas para o anel superior foram vendidas em troca de um quilo de alimento. Arrecadamos cerca de dez toneladas e distribuímos a instituições de caridade", conta Jorge Bastos, diretor do Brasília.


NA TV - Uberlândia x Brasília
Sportv, ao vivo, às 20h30



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