São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2007

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FÁBIO SEIXAS

O escolhido

Ao incensar Hamilton como novo messias, a Inglaterra repete erros cometidos com Button há exatos sete anos

"ROSTO ADOLESCENTE , jeito despreocupado, sorriso fácil. Uma vaga na Williams, poses para revistas de moda. Jenson Button, 20, tornou-se o mais novo pop star do esporte britânico. Em Silverstone, onde hoje acontece a definição do grid, o piloto da Williams é o personagem mais badalado do paddock, o protagonista de uma onda na F-1, a "Button-mania". Nas publicações inglesas, já chega a ser comparado ao atacante Michael Owen, do Liverpool, e às Spice Girls (...) Em parte, o fenômeno pode ser explicado por sua nacionalidade. Com a aposentadoria de Damon Hill, no final do ano passado, os ingleses procuram um novo ídolo.
A rápida popularidade de Button também pode ser creditada ao seu carisma, artigo raro em uma categoria que tem como bicampeão uma figura insossa como o finlandês Mika Hakkinen. Por último, o novato já marcou seu nome nos recordes da F-1. Com o sexto lugar no Brasil, tornou-se o mais jovem piloto a pontuar em uma prova da categoria." Chega a ser chocante como a história se repete. Chega a ser pior, preocupante, como a esquecemos. É sempre prudente dar uma olhada no passado antes de vaticinar, palpitar ou incensar este ou aquilo.
Pois fui pesquisar 2000, especificamente o GP da Inglaterra. Os parágrafos acima abriam a reportagem que enviei de lá, naquele fim de abril, véspera da quarta etapa do Mundial. Troque as informações pontuais-temporais: Silverstone por Barcelona, Button por Hamilton, Williams por McLaren, Hakkinen por Alonso, Liverpool por Newcastle, Spice Girls por Arctic Monkeys. Acrescente alguns anos à aposentadoria de Hill e...
Tchã-tchã! Está pronto um texto que poderia muito bem descrever a situação de Hamilton hoje, na vigília da F-1 para a corrida de Barcelona. Condição sintetizada pela capa da "Autosport" desta semana. Uma foto do garoto-prodígio ao lado do título "Mansell: Lewis é o escolhido". O sentido é messiânico. Lewis, de acordo com o ex-piloto (e a principal revista de automobilismo do mundo), "já está próximo dos gigantes".
Button também estava, sete anos atrás. Hoje, está mais próximo de outro que viveu trajetória parecida. Barrichello. Em todos os sentidos.

DERRAPADA
Estava pronto para escrever que a responsabilidade jogada sobre Barrichello -e assumida por ele- há 13 anos ensinou uma lição à imprensa brasileira quando deparei-me com o seguinte título na "Caras": "Felipríncipe Massa comemora 26 anos". Bom, deixa pra lá.

TABAJARA
Segundo a Honda, as "asas Dumbo" tiveram origem num rastreamento que apontou que os problemas do carro vêm de um erro de projeto em 2005! Ê, beleza...

ABANO
Al Unser Jr., 45, nas 500 Milhas? Não, só pode ser brincadeira...

fseixas@folhasp.com.br


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