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FÁBIO SEIXAS
O escolhido
Ao incensar Hamilton como novo messias, a Inglaterra repete erros cometidos com Button há exatos sete anos
"ROSTO ADOLESCENTE , jeito
despreocupado, sorriso
fácil. Uma vaga na Williams, poses para revistas de moda.
Jenson Button, 20, tornou-se o mais
novo pop star do esporte britânico.
Em Silverstone, onde hoje acontece a definição do grid, o piloto da Williams é o personagem mais badalado do paddock, o protagonista de
uma onda na F-1, a "Button-mania".
Nas publicações inglesas, já chega
a ser comparado ao atacante Michael Owen, do Liverpool, e às Spice
Girls (...) Em parte, o fenômeno pode ser explicado por sua nacionalidade. Com a aposentadoria de Damon Hill, no final do ano passado, os
ingleses procuram um novo ídolo.
A rápida popularidade de Button
também pode ser creditada ao seu
carisma, artigo raro em uma categoria que tem como bicampeão uma figura insossa como o finlandês Mika
Hakkinen. Por último, o novato já
marcou seu nome nos recordes da
F-1. Com o sexto lugar no Brasil, tornou-se o mais jovem piloto a pontuar em uma prova da categoria."
Chega a ser chocante como a história se repete. Chega a ser pior,
preocupante, como a esquecemos.
É sempre prudente dar uma olhada no passado antes de vaticinar,
palpitar ou incensar este ou aquilo.
Pois fui pesquisar 2000, especificamente o GP da Inglaterra. Os parágrafos acima abriam a reportagem
que enviei de lá, naquele fim de abril,
véspera da quarta etapa do Mundial.
Troque as informações pontuais-temporais: Silverstone por Barcelona, Button por Hamilton, Williams
por McLaren, Hakkinen por Alonso,
Liverpool por Newcastle, Spice Girls
por Arctic Monkeys. Acrescente alguns anos à aposentadoria de Hill e...
Tchã-tchã! Está pronto um texto
que poderia muito bem descrever a
situação de Hamilton hoje, na vigília
da F-1 para a corrida de Barcelona.
Condição sintetizada pela capa da
"Autosport" desta semana. Uma foto do garoto-prodígio ao lado do título "Mansell: Lewis é o escolhido".
O sentido é messiânico. Lewis, de
acordo com o ex-piloto (e a principal
revista de automobilismo do mundo), "já está próximo dos gigantes".
Button também estava, sete anos
atrás. Hoje, está mais próximo de
outro que viveu trajetória parecida.
Barrichello. Em todos os sentidos.
DERRAPADA
Estava pronto para escrever que
a responsabilidade jogada sobre
Barrichello -e assumida por ele-
há 13 anos ensinou uma lição à imprensa brasileira quando deparei-me com o seguinte título na "Caras": "Felipríncipe Massa comemora 26 anos". Bom, deixa pra lá.
TABAJARA
Segundo a Honda, as "asas Dumbo" tiveram origem num rastreamento que apontou que os problemas do carro vêm de um erro de
projeto em 2005! Ê, beleza...
ABANO
Al Unser Jr., 45, nas 500 Milhas?
Não, só pode ser brincadeira...
fseixas@folhasp.com.br
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