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Há 50 anos
4.mai.1958
Seleção goleia Paraguai no 1º ensaio para a Copa da Suécia
A primeira exibição da seleção brasileira no ano em que
conquistaria o mundo levou 85
mil pessoas ao Maracanã.
Naquele 4 de maio, a torcida
carioca assistiu a uma confortável vitória de 5 a 1 sobre o Paraguai. Começava ali o esboço
da equipe que ganharia a Taça
Jules Rimet em 29 de junho.
O grupo tinha até então 33
jogadores. O elenco já vinha
treinando, sob o comando principalmente do preparador físico Paulo Amaral, havia 15 dias.
Inicialmente, os jogadores se
reuniram nas estâncias mineiras de Poços de Caldas e Araxá.
A presença dos atletas alterou a rotina das duas cidades
mineiras. Seus prefeitos organizaram jantares e homenagens aos integrantes do escrete.
Depois de um breve período
de concentração no Pacaembu,
a seleção viajou de trem para o
jogo contra os paraguaios, no
Rio. Outra partida, em São Paulo, já estava prevista para três
dias depois. Em disputa, um
troféu: a Taça Osvaldo Cruz.
A viagem por via férrea entre
as duas principais cidades brasileiras era habitual na época.
Os jogadores da seleção, porém, fizeram um pedido especial: queriam viajar à noite, para dormir durante o trajeto.
O confronto foi mais fácil do
que se esperava porque, em 13
minutos, o Brasil já vencia por
2 a 0: Zagallo abriu o placar, de
cabeça, e Vavá ampliou. O flamenguista Dida, de letra, fez 3 a
0 ainda na etapa inicial.
No segundo tempo, já com
Pelé em campo (o jogador do
Santos, então com 17 anos, ainda era reserva da equipe do técnico Vicente Feola), a superioridade brasileira prevaleceu.
O próprio Pelé e Zagallo fecharam a goleada -um pênalti
cometido por Bellini deu aos
paraguaios o gol de honra.
A seleção passou com louvor
pelo primeiro teste. E empolgou o torcedor, ainda frustrado
com o fiasco de oito anos antes,
quando o Uruguai conquistou a
Copa ao bater o Brasil no mesmo cenário: o Maracanã.
MULHERES MINEIRAS
A seleção chegou ao Rio ainda sob o impacto do "caso das
mulheres", em que jogadores
foram acusados de ter levado
torcedoras para a concentração
em Araxá e Poços de Caldas
(MG). Gino Orlando, do São
Paulo, que aparecia em várias
reportagens sobre o caso, prometera processar jornalistas.
Alguns atletas inclusive se negaram a dar declarações antes
do amistoso no Rio de Janeiro.
AS LUVAS DE GILMAR
O goleiro (que na época defendia o Corinthians) chamou
atenção ao entrar no gramado
do Maracanã usando luvas de
couro, o que não era comum.
Havia chovido muito nos dias
prévios à partida, e garoava no
início do confronto. "Elegância,
Gilmar?", indagou um repórter. "Não, muita lama mesmo",
respondeu o jogador.
CAMISAS LEGÍTIMAS
Imediatamente após o desembarque, a principal incumbência da chefia da delegação
paraguaia que veio ao Brasil foi
providenciar uniformes para os
confrontos com a seleção. Uma
companhia têxtil carioca fez os
modelos utilizados nos jogos.
LOÇÃO CAMPEÃ
Os atletas da seleção ganhavam muitos presentes. Na véspera do amistoso, um fabricante de loção levou um carregamento à concentração. E todos
se deixaram fotografar aplicando ou cheirando os frascos.
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