São Paulo, domingo, 04 de maio de 2008

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Há 50 anos

4.mai.1958

Seleção goleia Paraguai no 1º ensaio para a Copa da Suécia

A primeira exibição da seleção brasileira no ano em que conquistaria o mundo levou 85 mil pessoas ao Maracanã.
Naquele 4 de maio, a torcida carioca assistiu a uma confortável vitória de 5 a 1 sobre o Paraguai. Começava ali o esboço da equipe que ganharia a Taça Jules Rimet em 29 de junho.
O grupo tinha até então 33 jogadores. O elenco já vinha treinando, sob o comando principalmente do preparador físico Paulo Amaral, havia 15 dias.
Inicialmente, os jogadores se reuniram nas estâncias mineiras de Poços de Caldas e Araxá.
A presença dos atletas alterou a rotina das duas cidades mineiras. Seus prefeitos organizaram jantares e homenagens aos integrantes do escrete.
Depois de um breve período de concentração no Pacaembu, a seleção viajou de trem para o jogo contra os paraguaios, no Rio. Outra partida, em São Paulo, já estava prevista para três dias depois. Em disputa, um troféu: a Taça Osvaldo Cruz.
A viagem por via férrea entre as duas principais cidades brasileiras era habitual na época. Os jogadores da seleção, porém, fizeram um pedido especial: queriam viajar à noite, para dormir durante o trajeto.
O confronto foi mais fácil do que se esperava porque, em 13 minutos, o Brasil já vencia por 2 a 0: Zagallo abriu o placar, de cabeça, e Vavá ampliou. O flamenguista Dida, de letra, fez 3 a 0 ainda na etapa inicial.
No segundo tempo, já com Pelé em campo (o jogador do Santos, então com 17 anos, ainda era reserva da equipe do técnico Vicente Feola), a superioridade brasileira prevaleceu.
O próprio Pelé e Zagallo fecharam a goleada -um pênalti cometido por Bellini deu aos paraguaios o gol de honra.
A seleção passou com louvor pelo primeiro teste. E empolgou o torcedor, ainda frustrado com o fiasco de oito anos antes, quando o Uruguai conquistou a Copa ao bater o Brasil no mesmo cenário: o Maracanã.

MULHERES MINEIRAS
A seleção chegou ao Rio ainda sob o impacto do "caso das mulheres", em que jogadores foram acusados de ter levado torcedoras para a concentração em Araxá e Poços de Caldas (MG). Gino Orlando, do São Paulo, que aparecia em várias reportagens sobre o caso, prometera processar jornalistas. Alguns atletas inclusive se negaram a dar declarações antes do amistoso no Rio de Janeiro.

AS LUVAS DE GILMAR
O goleiro (que na época defendia o Corinthians) chamou atenção ao entrar no gramado do Maracanã usando luvas de couro, o que não era comum. Havia chovido muito nos dias prévios à partida, e garoava no início do confronto. "Elegância, Gilmar?", indagou um repórter. "Não, muita lama mesmo", respondeu o jogador.

CAMISAS LEGÍTIMAS
Imediatamente após o desembarque, a principal incumbência da chefia da delegação paraguaia que veio ao Brasil foi providenciar uniformes para os confrontos com a seleção. Uma companhia têxtil carioca fez os modelos utilizados nos jogos.

LOÇÃO CAMPEÃ
Os atletas da seleção ganhavam muitos presentes. Na véspera do amistoso, um fabricante de loção levou um carregamento à concentração. E todos se deixaram fotografar aplicando ou cheirando os frascos.


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