|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Avalanche de ingressos falsos prejudica torcida
Polícia estima que dez mil bilhetes falsos tenham sido vendidos a corintianos
Andres Sanches afirma que falsificação é "problema social", mas barrados dizem que compraram entradas em postos de venda oficiais
DA REPORTAGEM LOCAL
DO PAINEL FC
Uma das maiores polêmicas
deste Campeonato Paulista, os
ingressos foram novamente
protagonistas da final entre
Corinthians e Santos.
A grande quantidade de bilhetes falsos atrapalhou a entrada da torcida no Pacaembu.
E corintianos barrados na catraca disseram terem comprado os ingressos em postos de
venda oficiais do clube.
A Polícia Militar calcula que
foram vendidos dez mil ingressos falsificados. O público pagante do clássico de ontem foi
de 35.175 torcedores.
Faltando uma hora para o jogo começar, a estimativa dos
policiais era de que, em cada
dez entradas apresentadas nas
catracas, quatro eram cópias.
Para apurar a responsabilidade do problema, o promotor
Paulo Castilho declarou que
abrirá inquérito no Jecrim
(Juizado Especial Criminal).
O secretário municipal de
Esportes, Walter Feldman,
também presente na decisão,
afirmou que o caso será investigado. Acrescentou ainda que
dois funcionários de uma empresa terceirizada que presta
serviços no Pacaembu haviam
sido exonerados.
"Abrimos sindicância e puniremos os responsáveis por essa
agressão ao torcedor", disse.
O presidente do Corinthians,
Andres Sanchez, declarou que
os ingressos falsos são um problema social. "No Brasil, tudo é
falsificado. O jeito de mudar isso é ampliar o programa Fiel
Torcedor", afirmou o dirigente.
Apesar de o clube e a polícia
creditarem a ação a cambistas,
torcedores ouvidos pela Folha
disseram ter comprado bilhetes no Canindé e no Parque São
Jorge, postos oficiais de venda.
"Comprei na quarta, na bilheteria da Portuguesa. Paguei
R$ 75 por cada ingresso, enfrentei fila e agora dizem que é
falso", reclamou Pedro Dobkevicius, que foi ao Pacaembu
com a filha adolescente, cujo
ingresso, que ele garantiu ter
sido comprado na mesma hora
e local, era verdadeiro.
Por volta das 15h, a reportagem acompanhou a entrada
dos corintianos nas arquibancadas verdes, no portão central
do estádio. Durante dez minutos, cerca de 20 pessoas com
ingressos falsos foram barradas nas catracas do local.
Em uma excursão vinda de
Curitiba, todos os 40 turistas
pagaram R$ 180 pela entrada e
foram barrados. Revoltados,
queriam agredir o organizador
da viagem a São Paulo.
Segundo o orientador do Pacaembu que atuava no local, a
incidência de ingressos falsos
na catraca era de 60%. Todos
apresentavam numeração inferior a 50 mil, o que indicava sua
falta de autenticidade.
Por conta da revolta nas catracas, as longas filas ao redor
do estádio ultrapassavam os limites da praça Charles Muller.
"Não importa se apareceram
um ou 5.000 ingressos falsos. A
polícia deve abrir inquérito,
porque fraude é crime", disse o
ministro do Esporte, Orlando
Silva Jr., que assistiu à conquista do título corintiano em uma
tribuna no Pacaembu.
(CA E EA)
Texto Anterior: Andres festeja como torcedor e exalta "casa" Próximo Texto: Santos também "festeja", mas redenção e renovação Índice
|