São Paulo, segunda-feira, 04 de maio de 2009

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Avalanche de ingressos falsos prejudica torcida

Polícia estima que dez mil bilhetes falsos tenham sido vendidos a corintianos

Andres Sanches afirma que falsificação é "problema social", mas barrados dizem que compraram entradas em postos de venda oficiais


DA REPORTAGEM LOCAL
DO PAINEL FC

Uma das maiores polêmicas deste Campeonato Paulista, os ingressos foram novamente protagonistas da final entre Corinthians e Santos.
A grande quantidade de bilhetes falsos atrapalhou a entrada da torcida no Pacaembu. E corintianos barrados na catraca disseram terem comprado os ingressos em postos de venda oficiais do clube.
A Polícia Militar calcula que foram vendidos dez mil ingressos falsificados. O público pagante do clássico de ontem foi de 35.175 torcedores.
Faltando uma hora para o jogo começar, a estimativa dos policiais era de que, em cada dez entradas apresentadas nas catracas, quatro eram cópias.
Para apurar a responsabilidade do problema, o promotor Paulo Castilho declarou que abrirá inquérito no Jecrim (Juizado Especial Criminal).
O secretário municipal de Esportes, Walter Feldman, também presente na decisão, afirmou que o caso será investigado. Acrescentou ainda que dois funcionários de uma empresa terceirizada que presta serviços no Pacaembu haviam sido exonerados.
"Abrimos sindicância e puniremos os responsáveis por essa agressão ao torcedor", disse.
O presidente do Corinthians, Andres Sanchez, declarou que os ingressos falsos são um problema social. "No Brasil, tudo é falsificado. O jeito de mudar isso é ampliar o programa Fiel Torcedor", afirmou o dirigente.
Apesar de o clube e a polícia creditarem a ação a cambistas, torcedores ouvidos pela Folha disseram ter comprado bilhetes no Canindé e no Parque São Jorge, postos oficiais de venda.
"Comprei na quarta, na bilheteria da Portuguesa. Paguei R$ 75 por cada ingresso, enfrentei fila e agora dizem que é falso", reclamou Pedro Dobkevicius, que foi ao Pacaembu com a filha adolescente, cujo ingresso, que ele garantiu ter sido comprado na mesma hora e local, era verdadeiro.
Por volta das 15h, a reportagem acompanhou a entrada dos corintianos nas arquibancadas verdes, no portão central do estádio. Durante dez minutos, cerca de 20 pessoas com ingressos falsos foram barradas nas catracas do local.
Em uma excursão vinda de Curitiba, todos os 40 turistas pagaram R$ 180 pela entrada e foram barrados. Revoltados, queriam agredir o organizador da viagem a São Paulo.
Segundo o orientador do Pacaembu que atuava no local, a incidência de ingressos falsos na catraca era de 60%. Todos apresentavam numeração inferior a 50 mil, o que indicava sua falta de autenticidade.
Por conta da revolta nas catracas, as longas filas ao redor do estádio ultrapassavam os limites da praça Charles Muller.
"Não importa se apareceram um ou 5.000 ingressos falsos. A polícia deve abrir inquérito, porque fraude é crime", disse o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., que assistiu à conquista do título corintiano em uma tribuna no Pacaembu. (CA E EA)


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