São Paulo, quarta, 4 de junho de 1997.



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FUTEBOL
Decisão de amanhã do Campeonato Paulista opõe o 'econômico' São Paulo e o 'dispendioso' Corinthians
Final revive duelo 'tostão contra milhão'

Leonardo Colosso/Folha Imagem
O jogador Marcelinho durante treino do Corinthians


ARNALDO RIBEIRO
LUIZ CESAR PIMENTEL
da Reportagem Local

São Paulo e Corinthians vão fazer amanhã, no Morumbi, na decisão do Paulista-97, o clássico do "tostão contra o milhão".
O tostão -antiga moeda brasileira, que, devido ao seu baixo poder aquisitivo, tornou-se sinônimo de um pouquinho-, no caso, é o São Paulo, um time que investiu "apenas" R$ 1,55 milhão na contratação de jogadores este ano.
O milhão, literalmente, é o Corinthians, que gastou cerca de R$ 22 milhões, quase 15 vezes mais, para formar a equipe para 97.
O custo total da equipe titular corintiana pode ser estimado em R$ 18,8 milhões.
O time do São Paulo custou menos de R$ 3 milhões.
Patrocínio
Para montar a atual equipe, o Corinthians recebeu o auxílio do banco Excel Econômico, patrocinador do time desde janeiro.
Em maio, o contrato de patrocínio virou co-gestão. Assim, o banco contratou um diretor de Esportes, Mário Sérgio Pontes de Paiva, que passou a ter participação no departamento de futebol do clube.
Seis atletas foram contratados pelo banco: Túlio, Sangaletti, Fábio Augusto, Fernando Diniz, André e Donizete, em um investimento de R$ 16,7 milhões. Além disso, o Excel detém metade do passe de Antônio Carlos, que custou R$ 3,3 milhões, e 25% do passe de Marcelinho.
No bolo de contratações, o clube contribuiu apenas com a aquisição do volante Romeu -R$ 2 milhões.
"Cada um veio de um lugar. Assim, fica difícil você exigir entrosamento. O contrário do São Paulo, que não investiu tanto, mas que tem jogadores que jogam junto há mais tempo.", diz Antônio Carlos, enxergando as desvantagens.
A opção do São Paulo por um time barato deveu-se mais à necessidade de um clube que não tem um patrocinador forte -a empresa de informática Data Control- e vivia dificuldades financeiras.
O clube trouxe Luiz Carlos e Alberto (R$ 300 mil), Marques (R$ 500 mil), Roger (R$ 250 mil), Isasi (R$ 400 mil) e Rogério Belém (R$ 100 mil).
Entre eles, apenas Luiz Carlos é titular.
O investimento foi pago, com sobras, pela venda de André, por R$ 4 milhões, ao Corinthians.
"Nosso time não vale milhões, mas, talvez por isso, tem muita união", disse o zagueiro Bordon.
Para o técnico Dario Pereyra, que ainda ganha como treinador dos juniores, o São Paulo pode levar vantagem
"Aqui, não foram investidos milhões. O time não tem a responsabilidade de dar resultados imediatos. Se a equipe foi bem com um mês de trabalho, imagine com seis meses ou um ano?" , indagou.



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