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GRUPO C/ ONTEM
Encenação de Rivaldo entra em pauta da Fifa
Brasileiros abusam da cena pedida por Scolari
DOS ENVIADOS A ULSAN
Os pupilos de Luiz Felipe Scolari apresentaram na estréia uma
das lições mais importantes na
cartilha do "professor", o uso da
malandragem para vencer.
No primeiro jogo brasileiro na
Copa em que a Fifa punirá quem
induzir o juiz ao erro, os atletas
nacionais atuaram como atores.
Abusaram do teatro e da catimba, ferramentas que se tornaram
fundamentais para a marcação de
um pênalti em favor do Brasil e de
uma expulsão no lado turco.
Tema de inúmeras preleções do
técnico gaúcho, a malícia foi a
principal marca da seleção no jogo no estádio Munsu, em Ulsan.
E, os atletas, ao contrário do que
se poderia esperar, admitiram
abertamente que simularam situações para beneficiar o Brasil.
"Tem que saber usar a malandragem. O zagueiro da Turquia
[Ozalan" estava quase caindo
atrás de mim e, quando percebi,
me joguei. Levantei [depois do
choque", peguei a bola e coloquei
na marca do pênalti. Em Copa,
tem que ser malandro", disse o
atacante Luizão, que substituiu
Ronaldinho no segundo tempo.
Pouco antes de o juiz encerrar a
partida, Rivaldo também fez cena. Quando Unsal chutou a bola
com violência em seu corpo, o
meia-atacante, que esperava para
bater escanteio, levou imediatamente a mão ao rosto. A bola, na
verdade, atingiu sua perna.
"A experiência nestas horas vale muito. Claro que eu exagerei
para que ele fosse expulso. Não
pegou no lugar que poderia me
atingir [machucar", mas não se
faz o que ele fez. No fim, acho que
a expulsão foi justa", afirmou o
meia-atacante do Barcelona.
Depois de os jogadores terem
admitido em entrevista que tentaram ludibriar o árbitro sul-coreano Kim Young-joo, a encenação
de Rivaldo no lance que originou
a expulsão de Unsal, a centésima
em Copas, entrou na pauta de discussões de encontro da Fifa hoje.
Se, em campo, os jogadores fizeram sua parte, à beira do gramado, Scolari também abusou da
malícia. Fã da malandragem característica dos atletas argentinos,
o técnico reclamou do juiz, gesticulou e gritou com os auxiliares.
A imagem mais emblemática da
catimba de Scolari veio nos momentos finais do jogo, quando o
Brasil era pressionado pelo rival.
Aos 43min, o técnico já apontava para o relógio e gesticulava para pedir ao juiz o encerramento
do duelo. Quando soube que,
além do tempo regulamentar, haveria três minutos, esbravejou,
colocando as mãos na cabeça.
À imagem e semelhança de seu
treinador, a seleção já incorporou
o lema "para vencer, vale tudo".
Com gritos, gestos e reclamações, Scolari já se transformou no
primeiro da história da seleção a
ser expulso. E, se preciso for, já
avisou que será o primeiro a jogar
a bola no campo para atrapalhar
os rivais e levar o Brasil ao título.
(FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E SÉRGIO RANGEL)
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