São Paulo, terça-feira, 04 de junho de 2002

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GRUPO G/ ONTEM

Técnico cita erro que ajudou o time de Scolari

Com 2 de Vieri, Itália ganha e ironiza Brasil

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A SAPPORO

Comparada com as estréias de França e Brasil, a da Itália foi um sucesso. A opinião é de Giovanni Trapattoni, o técnico italiano, que citou a equipe de Luiz Felipe Scolari pelo menos três vezes na entrevista coletiva após a vitória de ontem, 2 a 0 contra o Equador.
Numa delas, chegou a brincar que não precisou da ajuda da arbitragem para começar com o pé direito a competição.
""A estréia era o que mais me preocupava, porque a pressão é sempre grande e o adversário [Equador" vinha com muita vontade por estar debutando numa Copa. A França que o diga. Foi pegar Senegal e perdeu. E o Brasil, também. Só ganhou da Turquia porque o juiz marcou um pênalti que não existiu", afirmou.
Para Trapattoni, das cinco seleções que apontara como candidatas a ganhar a Copa -França, Itália, Inglaterra, Argentina e Brasil-, só duas se saíram bem: a italiana e a argentina.
"Principalmente no primeiro tempo, quando fizemos os dois gols, nossa atuação foi muito boa. O time mostrou que está entrosado, a defesa esteve firme, o ataque, rápido. Gostei demais tanto do Totti quanto do Vieri."
Na etapa final, Trapattoni reconhece que a Itália caiu de produção, mas diz ter achado "uma situação normal de jogo". ""A vitória parecia definida, e o time apenas deixou o tempo passar."
Apesar das críticas às estréias de brasileiros e franceses -e também da Inglaterra, que deixou a vitória escapar contra a Suécia-, o técnico não acha que a primeira Copa na Ásia terá grandes surpresas. ""O campeão deve ser mesmo um time que já ganhou o Mundial outras vezes, não deve sair daí."
Por isso mesmo, Trapattoni não confirma qual será a equipe que vai enfrentar a Croácia, na segunda partida da Itália na Copa.
Nem mesmo Vieri teria lugar garantido. ""Se for preciso fazer um revezamento, farei. O Totti saiu reclamando de dores, mas vamos ver como ele está. O time que chegar com a melhor forma física na quarta ou quinta partida é o que vai ter mais condições de ficar com o título."
O goleiro Buffon concorda com o técnico. ""O Mundial é uma competição curta, e você tem que entrar 100% em cada partida", comentou, justificando a queda de produção do time.
Autor dos dois gols italianos -um após cruzamento de Totti, aos 7min, e outro após passe de Di Biagio, aos 27min-, Vieri elogiou o entrosamento de sua equipe e reconheceu que esperava mais dos equatorianos.
"Pela campanha que eles fizeram nas eliminatórias [ficaram com a segunda colocação na América do Sul, atrás apenas da Argentina" e pelo fato de terem batido o Brasil, achei que jogariam melhor", declarou para uma emissora de rádio colombiana.
Hernán Darío Gomez, o técnico do Equador, não deixou de dar razão a Vieri. ""Esperava mais, principalmente no primeiro tempo. Talvez por ser nossa estréia num Mundial, os jogadores tenham sentido o peso do jogo e ficaram um pouco receosos."
Mas, na fase final, ele acha que os sul-americanos se soltaram um pouco mais. ""Conseguimos atacar e criar pelo menos algumas chances de perigo", opinou.
Mesmo admitindo que as chances de classificação do Equador são pequenas, Gomez diz que ainda não jogou a toalha.
"A gente costuma dizer que se deve acreditar sempre. Então eu vou seguir acreditando."



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