|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Meninos da Vila" viram exemplos na seleção de Dunga
Quatro anos após serem repreendidos por brincadeiras, Diego e Robinho transformam-se em xodós do treinador
Dupla que fez sucesso no Santos tem correspondido em campo, adotado discurso político e até escancarado
o desejo de ir à Olimpíada
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A BOSTON
Há pouco mais de quatro
anos, eles ficaram marcados como imaturos quando Robinho
abaixou o calção de Diego na
fracassada tentativa do Brasil
chegar à Olimpíada de Atenas.
Hoje, nas vésperas dos Jogos
de Pequim, o comportamento
da dupla que fez história no
Santos é bastante diferente.
Robinho, 24, e Diego, 23, são
agora, para Dunga, exemplos de
dedicação nos jogos e nos treinos -ontem de novo estiveram
entre os destaques do treino visando o jogo contra a Venezuela, na sexta-feira, nos EUA.
Nas entrevistas, nada de
brincadeiras como aquela do
Pré-Olímpico do Chile, que valeram críticas de Carlos Alberto Parreira e Zagallo, que mandavam na seleção na época. Os
dois, que forçaram suas saídas
do Santos, são ainda políticos
hoje para comentar possíveis
negociações que os envolvam.
"Eu me desligo aqui. Só penso na seleção, tiro o foco do
Real Madrid", diz Robinho, que
afirma não conversar com
Wagner Ribeiro, seu empresário, sobre uma possível ida para
o Manchester United. "Ele só
ligará quando tiver informação
concreta", diz o atacante, que
admite querer seguir no Real
Madrid, apesar do discurso de
que "tudo pode acontecer".
Diego confirma ter propostas
de clubes europeus, mas faz juras de amor ao Werder Bremen, sua atual equipe. "Existe o
interesse de equipes, isso é oficial. Mas está nas mãos do pessoal do Werder Bremen. Eles
que decidam", diz o meia, titular do Brasil na ausência de Kaká nos últimos três amistosos.
Para conquistar a confiança
de Dunga, a ex-dupla santista
age em duas frentes.
Primeiro, em campo. Neste
ano, dos cinco gols da seleção,
três foram da dupla -dois de
Robinho e um de Diego (este
último após jogada tramada pelo amigo). "Sempre tive a convicção de que existe um futuro
melhor reservado para mim na
seleção. E eu estou batalhando
por ele", afirmou Diego, que
poucas chances teve no time
principal com Parreira.
Eles também adotam a postura de dizerem publicamente
que farão de tudo para obterem
a liberação de seus clubes para
a Olimpíada, o que, segundo o
treinador, Kaká não faz.
Na semana passada, Robinho
declarou ter informado ao Real
Madrid de seu interesse de ir a
Pequim. Ontem, foi a vez de
Diego, que tem idade olímpica,
dizer que agirá pelos Jogos:
"Não conversamos [com o
Werder] sobre a Olimpíada.
Em primeiro lugar, eles pensam em não liberar. Mas vamos
conversar. É um sonho que tenho e lutarei por isso".
Texto Anterior: Pernambucanos adotam esquema mais defensivo Próximo Texto: Frase Índice
|