São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2008

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"Meninos da Vila" viram exemplos na seleção de Dunga

Quatro anos após serem repreendidos por brincadeiras, Diego e Robinho transformam-se em xodós do treinador

Dupla que fez sucesso no Santos tem correspondido em campo, adotado discurso político e até escancarado o desejo de ir à Olimpíada

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A BOSTON

Há pouco mais de quatro anos, eles ficaram marcados como imaturos quando Robinho abaixou o calção de Diego na fracassada tentativa do Brasil chegar à Olimpíada de Atenas.
Hoje, nas vésperas dos Jogos de Pequim, o comportamento da dupla que fez história no Santos é bastante diferente.
Robinho, 24, e Diego, 23, são agora, para Dunga, exemplos de dedicação nos jogos e nos treinos -ontem de novo estiveram entre os destaques do treino visando o jogo contra a Venezuela, na sexta-feira, nos EUA.
Nas entrevistas, nada de brincadeiras como aquela do Pré-Olímpico do Chile, que valeram críticas de Carlos Alberto Parreira e Zagallo, que mandavam na seleção na época. Os dois, que forçaram suas saídas do Santos, são ainda políticos hoje para comentar possíveis negociações que os envolvam.
"Eu me desligo aqui. Só penso na seleção, tiro o foco do Real Madrid", diz Robinho, que afirma não conversar com Wagner Ribeiro, seu empresário, sobre uma possível ida para o Manchester United. "Ele só ligará quando tiver informação concreta", diz o atacante, que admite querer seguir no Real Madrid, apesar do discurso de que "tudo pode acontecer".
Diego confirma ter propostas de clubes europeus, mas faz juras de amor ao Werder Bremen, sua atual equipe. "Existe o interesse de equipes, isso é oficial. Mas está nas mãos do pessoal do Werder Bremen. Eles que decidam", diz o meia, titular do Brasil na ausência de Kaká nos últimos três amistosos.
Para conquistar a confiança de Dunga, a ex-dupla santista age em duas frentes.
Primeiro, em campo. Neste ano, dos cinco gols da seleção, três foram da dupla -dois de Robinho e um de Diego (este último após jogada tramada pelo amigo). "Sempre tive a convicção de que existe um futuro melhor reservado para mim na seleção. E eu estou batalhando por ele", afirmou Diego, que poucas chances teve no time principal com Parreira.
Eles também adotam a postura de dizerem publicamente que farão de tudo para obterem a liberação de seus clubes para a Olimpíada, o que, segundo o treinador, Kaká não faz.
Na semana passada, Robinho declarou ter informado ao Real Madrid de seu interesse de ir a Pequim. Ontem, foi a vez de Diego, que tem idade olímpica, dizer que agirá pelos Jogos: "Não conversamos [com o Werder] sobre a Olimpíada. Em primeiro lugar, eles pensam em não liberar. Mas vamos conversar. É um sonho que tenho e lutarei por isso".


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