|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TÊNIS
Sem nossos irmãos
Símbolos de superação e raça, argentinos, sempre favoritos no saibro, deixam Roland Garros decepcionando
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
HÁ TRÊS anos, o Aberto da
França vive a expectativa de
consagrar Roger Federer.
"Será que é agora que ele vai fechar o
Grand Slam?" O "grande momento"
tem sido atrasado por Rafael Nadal,
que fez de Roland Garros seu quintal. Estreante, jovem, inexperiente,
não importa: nas últimas edições o
espanhol foi o único a dividir -e até
ganhar- o espaço com Federer.
O duelo aquece a platéia, esquenta
o noticiário, mas também disfarça
uma série de fracassos notáveis: a
dos argentinos, eternos batalhadores, brigadores, talentosos, excelentes no saibro e, por isso, favoritos.
Para quem não lembra, na última
vez em que Roland Garros não teve
uma final entre Federer e Nadal estava lá um argentino: Mariano Puerta. Longe de ser top ten, mas argentino típico, dos bons, Puerta suou,
surpreendeu, caiu, porém de pé,
com motivos para se orgulhar.
No ano anterior, a final, aliás, havia sido Gastón Gaudio x Guillhermo Coria. Sem contar David Nalbandian na semi. Três argentinos
entre os semifinalistas, com a quarta
vaga perdida por Juan Ignacio Chela
para o azarão Tim Henman.
O mesmo Coria havia chegado às
quartas no ano anterior, Guillermo
Cañas havia eliminado Lleyton Hewitt, o número um, em 2002, e Cañas e Franco Squillari foram às oitavas em 2001. Fora os títulos em outros torneios, saibro ou não, até que
o Grand Slam francês tivesse início
-em 2002, foram quatro.
Essa sensação de fracasso ficou
ainda mais evidente no fim da semana. Único argentino a resistir até a
mísera terceira rodada neste ano,
Eduardo Schwank então caiu.
Esperança, Juan Monaco não passou da estréia. Experientes, Coria e
Cañas também não. Rodado, Agustín Calleri, idem. Também na primeira rodada caíram Carlos Berlocq
e Sergio Roitman. Nalbandian, Diego Junqueira, Sebastian Decoud, Jose Acasuso, Máximo González, Juan
Ignacio Chella, Martin Vassallo Arguello e Juan Martín del Potro tropeçaram na segunda.
Não faltaram argentinos em Paris:
foram 15! Mas neste ano, que pena,
não vimos a tradição argentina.
JÁ EM LONDRES
Enquanto o Aberto da França ainda rola, Wimbledon já definiu o
quali, com três brasileiros: Franco
Ferreiro, Ricardo Mello e João
"Feijão" Souza. Thomaz Bellucci e
Marcos Daniel entram direto.
EM BRASÍLIA
André Miele (BRA) faturou o future ao bater Marcel Felder (URU).
Felder, aliás, vinha de títulos seguidos (Rio Quente e Uberlândia).
EM SÃO PAULO
Com a mudança do Ibirapuera para
o WTC, quem já tinha ingresso para o Grand Champions Brasil saiu
valorizado: com menos lugares, o
evento ficou ainda mais exclusivo.
reandaku@uol.com.br
Texto Anterior: "Ecológica", China proíbe as sacolas plásticas Próximo Texto: Tostão: Dia de bom futebol Índice
|