São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2008

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TÊNIS

Sem nossos irmãos

Símbolos de superação e raça, argentinos, sempre favoritos no saibro, deixam Roland Garros decepcionando

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

HÁ TRÊS anos, o Aberto da França vive a expectativa de consagrar Roger Federer. "Será que é agora que ele vai fechar o Grand Slam?" O "grande momento" tem sido atrasado por Rafael Nadal, que fez de Roland Garros seu quintal. Estreante, jovem, inexperiente, não importa: nas últimas edições o espanhol foi o único a dividir -e até ganhar- o espaço com Federer.
O duelo aquece a platéia, esquenta o noticiário, mas também disfarça uma série de fracassos notáveis: a dos argentinos, eternos batalhadores, brigadores, talentosos, excelentes no saibro e, por isso, favoritos.
Para quem não lembra, na última vez em que Roland Garros não teve uma final entre Federer e Nadal estava lá um argentino: Mariano Puerta. Longe de ser top ten, mas argentino típico, dos bons, Puerta suou, surpreendeu, caiu, porém de pé, com motivos para se orgulhar.
No ano anterior, a final, aliás, havia sido Gastón Gaudio x Guillhermo Coria. Sem contar David Nalbandian na semi. Três argentinos entre os semifinalistas, com a quarta vaga perdida por Juan Ignacio Chela para o azarão Tim Henman.
O mesmo Coria havia chegado às quartas no ano anterior, Guillermo Cañas havia eliminado Lleyton Hewitt, o número um, em 2002, e Cañas e Franco Squillari foram às oitavas em 2001. Fora os títulos em outros torneios, saibro ou não, até que o Grand Slam francês tivesse início -em 2002, foram quatro.
Essa sensação de fracasso ficou ainda mais evidente no fim da semana. Único argentino a resistir até a mísera terceira rodada neste ano, Eduardo Schwank então caiu.
Esperança, Juan Monaco não passou da estréia. Experientes, Coria e Cañas também não. Rodado, Agustín Calleri, idem. Também na primeira rodada caíram Carlos Berlocq e Sergio Roitman. Nalbandian, Diego Junqueira, Sebastian Decoud, Jose Acasuso, Máximo González, Juan Ignacio Chella, Martin Vassallo Arguello e Juan Martín del Potro tropeçaram na segunda.
Não faltaram argentinos em Paris: foram 15! Mas neste ano, que pena, não vimos a tradição argentina.

JÁ EM LONDRES
Enquanto o Aberto da França ainda rola, Wimbledon já definiu o quali, com três brasileiros: Franco Ferreiro, Ricardo Mello e João "Feijão" Souza. Thomaz Bellucci e Marcos Daniel entram direto.

EM BRASÍLIA
André Miele (BRA) faturou o future ao bater Marcel Felder (URU). Felder, aliás, vinha de títulos seguidos (Rio Quente e Uberlândia).

EM SÃO PAULO
Com a mudança do Ibirapuera para o WTC, quem já tinha ingresso para o Grand Champions Brasil saiu valorizado: com menos lugares, o evento ficou ainda mais exclusivo.


reandaku@uol.com.br

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