São Paulo, sábado, 04 de junho de 2011

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milagreiro

Técnico do Peñarol, autor do gol mais dramático da Libertadores, é o símbolo maior da equipe que surpreende com futebol simples, camisa e mística

RODRIGO BUENO
DE SÃO PAULO

Faltavam 15 segundos para o fim da prorrogação em Santiago. O Peñarol não conseguia fazer o gol que precisava para ser campeão.
A torcida do América de Cali cantava "é campeão", reservas colombianos festejavam, o placar mostrava que o fim já estava perto.
Diego Aguirre recebeu então uma bola desesperada na entrada da área, arrancou e bateu cruzado. A bola, milagrosamente, entrou. O Peñarol conquistou assim seu último título da Libertadores, em 1987. E volta a uma final da nobre competição, milagrosamente, com Diego Aguirre.
O herói do pentacampeonato continental aurinegro é o herói do eventual hexa do Peñarol. O treinador do adversário do Santos ajudou seu clube a sair de uma fila de sete anos sem títulos no Uruguai. Chegou à Libertadores sem muita pretensão.
Classificou a equipe num dos grupos mais difíceis da disputa, o que tinha LDU e dois argentinos (Independiente e Godoy Cruz).
No mata-mata, decidiu sempre fora contra rivais mais técnicos e favoritos: Inter, Universidad Católica e Vélez Sarsfield. Eliminou todos com sofrimento. Anteontem, perdeu de 2 a 1 do Vélez, que desperdiçou um pênalti.
Símbolo da ressurreição recente do futebol uruguaio, o Peñarol não tem grandes estrelas. Martinuccio, meia- -atacante pretendido pelo Palmeiras, e Olivera, um bom atacante, são as figuras mais destacadas em campo.
As armas maiores do Peñarol, no entanto, são sua mística e sua enlouquecida torcida, que lançou nesta Libertadores no estádio Centenario a maior bandeira do mundo.
Diego Aguirre, apelidado de "A Fera", berra e gesticula como quando era jogador ainda. Ele é a conexão entre o passado glorioso do Peñarol e o presente de sonho.
"Sinto uma felicidade muito grande. Quando acabou a partida, foi algo incrível. Devemos desfrutar muito disso. Chegar a uma final da América, com todas as dificuldades que temos no Uruguai, e competir em tão alto nível faz com que tudo isso tenha cara de façanha", disse Aguirre.
Para ele, o fato de o Santos ser o rival agora torna ainda mais épica sua campanha.
"Pensar em Peñarol e Santos jogando uma final de América é o máximo. Creio que valoriza muito o torneio. Vão ser reeditados aqueles duelos do grande time de Pelé e de todos os monstros que o Peñarol tinha na época."
O milagre este ano já veio. "O elenco se formou há só quatro meses. É algo extraordinário", afirmou Aguirre.


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