LÚCIA KARAM
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA

O discurso do técnico Luiz Felipe Scolari, ao chegar a Porto Alegre ontem, deixou em aberto a opção de continuar na seleção.
De um lado, a resposta oficial: que não tem convite para permanecer no comando da equipe. De outro, insinuou que quer repetir a dose no próximo Mundial.
"Combinamos 20 dias de férias, e ninguém fala disso antes", respondeu aos gritos de "fica, fica" dos torcedores que acompanharam a entrevista coletiva.
Apesar das afirmações, Scolari remetia seu discurso à próxima Copa, na Alemanha. "Colocamos em ação nossa perseverança, disciplina e boa vontade. Devemos ser hexa em 2006", disse.
Scolari também falou sobre o livro que vai escrever.
"Será sobre a maneira como trabalhamos, as dificuldades com os atletas, mas dentro da ética que temos com os jogadores."
O técnico foi recebido com muita festa pelos torcedores gaúchos. Faixas como "Felipão não é otário, trouxe o penta sem Romário" deram o tom à recepção.
Com Scolari, apenas um jogador, Anderson Polga, o preparador físico Paulo Paixão, o auxiliar técnico Flávio Teixeira, o Murtosa, e o auxiliar de preparação física Darlan Schneider.
Por uma hora, durante o trajeto de cerca de 14 km até o Largo do Epatur, onde um palanque estava montado para recebê-los, a equipe foi saudada pela população.
No palanque, Scolari, de camisa azul, terno e gravata, tomou chimarrão, recebeu a chave da cidade do prefeito João Verle, abraçou o juiz Carlos Simon e tirou fotos.
"O Brasil não esquecerá que a campanha do título começou em Porto Alegre." Ele disse que irá a Gramado, onde tem um imóvel, descansar. "Comerei muita polenta, churrasco e carreteiro."
Em Canoas (Grande Porto Alegre), onde mora, foi aplaudido pelos torcedores. No percurso de uma hora e 20 minutos, esteve com o prefeito, Marcos Ronchetti, e o amigo Ben Hur Marchiori.
Todas as passarelas da cidade tinham faixas saudando Scolari, que agradeceu. "Espero encontrar vocês nas minhas caminhadas, fico muito orgulhoso de contar com a amizade de vocês."
Em seguida, o técnico pediu licença. "Preciso dormir um pouco." Entrou no prédio em que mora e acenou da janela do quinto andar, onde a mulher, Olga Scolari, e amigos o aguardavam.



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