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FUTEBOL
Reunião do presidente com Ricardo Teixeira, antes de cerimônia em Brasília, serviu para amenizar desavenças
FHC revela o que cochichou na farra do penta em Brasília
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso finalmente matou
uma curiosidade geral e contou
ontem o que ele cochichou com o
craque Rivaldo durante a festa de
comemoração do pentacampeonato mundial no Palácio do Planalto, anteontem.
"Você ainda está puto comigo?", perguntou FHC ao ouvido
de Rivaldo. "Que é isso, presidente?", respondeu o atleta, retribuindo o cochicho com um abraço.
Estava selada a paz numa relação que não andava boa desde
que FHC defendeu a convocação
de Romário para a seleção e Rivaldo respondeu, mais ou menos,
que o presidente da República
não tinha nada a ver com isso.
A paz já vinha sendo articulada
desde domingo, quando o ministro do Desenvolvimento, Sergio
Amaral, telefonou para o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e
acertou que o desembarque da seleção no Brasil seria em Brasília,
com festa no Palácio do Planalto.
Chegado o grande momento,
Teixeira antecipou-se. Enquanto
os jogadores desfilavam em carro
aberto pelas ruas da capital, conversavam no gabinete presidencial com FHC, os ministros Paulo
Renato (Educação) e Caio Luiz de
Carvalho (Esportes) e alguns políticos, como o senador Edison Lobão (PFL-MA). Teixeira chegou
sério, quase de mau humor.
Foi FHC quem descontraiu o
ambiente. Começou elogiando o
artilheiro Ronaldo. Com gestos,
caretas e sorrisos, descreveu prazerosamente os dois gols da decisão contra a Alemanha.
Teixeira, então, relatou que a
discussão sobre a volta ao Brasil
foi complicada. Um dos dilemas:
fazer a parada técnica de reabastecimento do avião em Los Angeles
(EUA) ou não? A dúvida fazia
sentido. A seleção temia excessos
da segurança norte-americana,
que piorou muito depois dos
atentados de 11 de setembro de
2001. E se decidissem abrir as malas? Seria um transtorno e atrasaria ainda mais a viagem.
Segundo Teixeira, alguém aventou a hipótese de a parada ser em
Frankfurt, na Alemanha. E ele:
"Deus me livre! Os alemães vão
dizer que é provocação". Fechou-se com Los Angeles mesmo, mas a
Varig, no relato dele ao presidente, se encarregou de negociar com
os EUA e afirmou que não haveria
constrangimentos à delegação.
No final da história, FHC contou que recebera mensagens de
praticamente todos os países parabenizando o Brasil pelo penta.
"Menos da Alemanha."
A mensagem custou, mas chegou ontem. Nela, o chanceler Gerhard Schröder diz que foi uma final repleta de emoções, num jogo
com belas jogadas. O presidente
do Conselho Federal Alemão,
Klaus Wowereit, também cumprimentou FHC pela vitória -o
conselho é o Parlamento alemão.
Colaborou Sandro Lima,
da Sucursal de Brasília
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