|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AÇÃO
Acrobacia mortal
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
A pista de skate na casa de
Robert Dean da Silva Burnquist, 25, em San Diego, Califórnia (EUA), que já era uma das
maiores do mundo, ficou agora
ainda maior.
Bob, como é internacionalmente conhecido o carioca que há seis
anos vive na América do Norte,
foi um dos seis skatistas convidados a participar do "OP King of
Skate" e, com os US$ 35 mil disponibilizados pela organização, teve
condições de fazer algumas reforminhas no quintal.
O inédito evento reuniu alguns
dos melhores atletas das modalidades vertical e street para a produção de um documentário para
a televisão.
Em vez de colocá-los competindo lado a lado para escolher o
melhor, a organização estimulou
cada um deles a buscar seus próprios limites, criando, construindo e executando algo realmente
desafiador.
O critério de julgamento deveria considerar três aspectos básicos das façanhas: técnica (dificuldade, estilo e segurança), criatividade (show e dramaticidade) e
coragem (nível de risco).
E os atletas teriam tantas tentativas quantas aguentassem ou
precisassem para realizar as suas
manobras.
As rampas com 15 metros de altura, os vãos gigantes a serem
transpostos, os saltos sobre obstáculos e os half-pipes ligados por
traves foram algumas das invencionices de Tony Hawk, Danny
Way, Mike Vallely, Eric Koston e
Geoff Rowley.
Mas quem fascinou mesmo o
público na primeira exibição do
programa, no sistema pay-per-view, na última sexta-feira, foi o
skatista brasileiro.
Ele foi eleito pela audiência, pelos juízes e pelos próprios competidores. Bob ficou com os US$ 25
mil de prêmio, além de ter ratificado que vive seu melhor momento no esporte.
Correndo de switchstance, de pé
trocado, Bob desceu uma rampa
enorme que se conectava a um
"looping" se projetando até ficar
de ponta-cabeça e completar a
manobra suavemente descendo
pelo outro lado.
Executou um 360 num tubo gigante, porém com um "pequeno"
detalhe: a parte superior do tubo
foi removida, deixando um buraco no teto. Não à toa a manobra
foi batizada "loop of death", algo
que em português poderia ser
chamado de "acrobacia mortal".
"Fiquei bastante perturbado,
pois falhei diversas vezes da mesma forma. Cheguei a questionar
se era possível", disse o bicampeão mundial e atual medalha de
ouro dos X Games e também do
Gravity Games. ""Eu me sinto bem
mais leve agora que completei,
mas não tenho idéia de como vou
fazer para manter o título no ano
que vem."
O documentário está disponível
para quem pagar US$ 19,95 e tiver acesso à DirecTV, mas, por
enquanto, apenas nos EUA; no
Brasil ainda não há previsão para
sua exibição e, no rastro do sucesso do skate, os organizadores
adiantam que em breve as versões de snowboard, surfe e BMX
estarão nas telinhas.
Na revista "TPM" deste mês,
Bob Burnquist conta como se envolveu em um acidente de skate
que resultou na quebra do braço e
do pé de um garoto de 11 anos e
no seu casamento com Jen. E revela também por que sua filha
Lotus, 2, foi decisiva para ele chegar ao título mundial.
Legends
Surfistas com mais de 40 anos de vida ou 25 de prancha se encontraram em Maresias para a sexta edição do Campeonato de Longboard, para a entrega do prêmio Osmar Gonçalves e, principalmente, para uma grande confraternização. Na categoria sênior, a
vitória foi de Rico de Souza. Na master, de Neco Carbone.
Feira
Dois dos mais interessantes estandes montados na Surf & Beach
Show foram os do Museu Itinerante do Surf e do Museu do Skate, a
Onda Dura, que resgataram parte da história dos esportes no país.
Super Surf
Começou ontem em Itamambuca, Ubatuba (SP), a terceira das seis
etapas do Circuito Brasileiro de 2002. Nenhum dos cinco primeiros do ranking venceram as baterias de estréia e correm hoje a repescagem. As ondas subiram.
E-mail sarli@revistatrip.com.br
Texto Anterior: Futebol: Blanc renova contrato com Manchester por outro ano Próximo Texto: Tênis: "Mais experiente", Sá tenta virar placar contra Henman Índice
|