São Paulo, domingo, 04 de julho de 2004

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FUTEBOL

Após derrota para Grécia na estréia da Euro, Portugal tenta revanche com time reformulado durante a competição

Jogo de abertura se renova para a decisão

DO ENVIADO A LISBOA

Cada jogo é uma história mesmo. O primeiro foi 2 a 1 para a Grécia, mas Portugal pega hoje na final da Eurocopa os seus únicos algozes no torneio com uma escalação totalmente diferente.
Após a preocupante derrota na estréia, o técnico Luiz Felipe Scolari mexeu bastante no time e encontrou sua melhor formação.
A defesa foi bastante mexida. O lateral-direito Paulo Ferreira, que errou passe crucial no primeiro gol grego, foi para a reserva. Rui Jorge e Fernando Couto deixaram o time titular. Entraram Miguel na direita e Nuno Valente na esquerda. No meio da defesa, apareceu Ricardo Carvalho.
No meio-campo, Rui Costa deu lugar a Deco, estrela ascendente que deve trocar o Porto pelo Barcelona. Simão Sabrosa perdeu a vaga para Cristiano Ronaldo, 19.
Nuno Gomes ganhou a confiança de Scolari no ataque e agora faz ""sombra" para Pauleta, apesar de começar no banco. Ontem, Rui Costa, 32, anunciou que faz hoje seu último jogo na seleção. "Passei 13 anos da minha vida dando o melhor para o meu país. A transição de gerações está feita."
Se Paulo Ferreira, homem que ""entregou o ouro" na estréia, não estará em campo, Karagounis, grego que fez o primeiro gol da Euro naquele 12 de junho não jogará também. Ele está suspenso e deve ser substituído por Katsouranis. Já o lateral-direito Seitaridis jogará vendido para o Porto.
Scolari explicou ontem aos jornalistas europeus que no Brasil o vice quase não tem valor. ""Para o técnico brasileiro, ser segundo é como ser último. Se não vencermos, serei o último", disse.
Ele repetiu que cada time tem 50% de chances de ganhar. ""Temos que ter paciência e cautela para não cometermos erros. As duas equipes tiveram o mesmo número de vitórias e quase o mesmo saldo de gols. A Grécia é fortíssima, com um sistema muito bem organizado, jogadores com vontade e disciplina tática ferrenha. Teremos que fazer a melhor partida da Eurocopa", afirmou.
Apesar de as situações serem diferentes (e todas estarem favoráveis a Portugal), o técnico da Grécia, Otto Rehhagel, está otimista.
""Estamos confiantes, apesar de decidirmos fora de casa. É algo especial o último jogo repetir o primeiro. Quero agradecer aos torcedores portugueses por nos tratar bem mesmo com a nossa vitória na primeira partida."
Na história da Euro, duas outras vezes uma final repetiu um duelo de estréia de seleções. Em 1988, a Holanda caiu no seu primeiro jogo por 1 a 0 para a União Soviética. Depois, na final, ficou com a taça ao vencer por 2 a 0. Em 1996, a Alemanha bateu por 2 a 0 a República Tcheca na primeira fase. Na final, os alemães levaram a melhor de novo, só que por 2 a 1 e apenas na ""morte súbita".
Os anfitriões portugueses são favoritos para o duelo de hoje, até mais do que na estréia, quando também estavam mais cotados que os gregos. Apesar disso, o discurso é de muito respeito.
""Não podemos ter pressa para fazer o gol. Precisaremos de calma. A Grécia é um time que sabe se fechar bem e joga no erro do rival", disse o volante Maniche.
Os portugueses estão especialmente contentes em enfrentar os gregos porque ganharam a chance da revanche. (RODRIGO BUENO)


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